SÃO PAULO - A Marinha brasileira acaba de fechar um contrato com a Avibras para o desenvolvimento de um novo motor (sistema de propulsão) do míssil ar-superfície AM39 B2, versão de última geração do míssil Exocet AM39, produzido pela europeia MBDA. O míssil será utilizado nos helicópteros EC725, que estão sendo produzidos para a Marinha, na fábrica da Helibras, em Itajubá (SP).
A Helibras informou que os primeiros testes de integração de armamentos ao helicóptero, realizados na Airbus Helicopters, na França, foram bem sucedidos. “A versão naval do EC725 não existe em nenhum lugar do mundo. O modelo tem grande potencial de exportação para vários países”, comentou o presidente da Helibras, Eduardo Marson.
O projeto da versão de última geração do míssil AM39, segundo o vice-presidente de Vendas para a América Latina da MBDA, Patrick de La Revelière, faz parte do contrato de cooperação industrial do programa do helicóptero EC725 para as Forças Armadas Brasileiras e inclui transferência de tecnologia internacional às indústrias do país.
Pelo acordo feito com o governo brasileiro, segundo o executivo da MBDA, o novo míssil AM39, com motor brasileiro, poderá ser exportado pela MBDA para os países da América do Sul, que já são usuários do equipamento, como Argentina, Chile e Peru. O mercado nacional, relacionado às Forças Armadas, será abastecido diretamente pela Avibras.
O AM39, de acordo com Revelière, terá cerca de 50% de conteúdo nacional. O presidente da Avibras, Sami Hassuani, disse que o contrato de desenvolvimento do míssil, assinado diretamente com a Marinha brasileira, está avaliado em R$ 60 milhões. “O motor é 100% nacional e estará pronto para ser testado em meados de 2016”, ressaltou.
O presidente da Helibras informou que já foram entregues 11 helicópteros, de um total de 50 que foram encomendados pelas Forças Armadas brasileiras, a um custo total de 1,9 bilhão de euros. Para este ano, de acordo com Marson, está prevista a entrega de mais 13 unidades.
A Helibras investiu R$ 430 milhões na construção de uma nova linha de montagem em Itajubá, para atender ao programa de nacionalização desses helicópteros, que prevê 50% de conteúdo nacional agregado.