Em vista dos eventos na Ucrânia o senador americano John McCain exortou a administração do presidente de Barack Obama a revogar a sua decisão sobre a liquidação do sistema de defesa antimíssil na Europa Oriental e colocar novamente na ordem do dia a questão de instalação de elementos deste sistema na República Tcheca e na Polônia.
Gaiane Khanova | Voz da Rússia
O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, reagiu imediatamente a esta proposta. Ele sempre achou e continua a achar este projeto ineficiente. E o ministro das Relações Exteriores desse país, Lubomir Zaoralek, acrescenta: “Hoje a nossa segurança não sofre riscos complementares”.
Apesar da torrente de críticas que tinha inundado a mídia checa por causa dos eventos na Crimeia, a proposta do senador McCain não suscitou nenhum entusiasmo. No foro dos leitores do jornal Lidove noviny, que publicou esta proposta do senador, pode-se ler o seguinte comentário: “A nossa sorte é que não temos o radar. Pelo menos, resta a esperança de que vamos fazer amizade com os Estados vizinhos em vez de fazer guerra. Não gosto de idiotas que portam armas apesar da ausência de quaisquer inimigos”.
Josef Hala, chefe eleito da aldeia de Jince, situada nas proximidades do polígono de Brdy, qualificou a proposta do senador pelo Estado do Arizona da seguinte maneira:
“Apraz-me que tanto anos depois os americanos acabaram por reconhecer, contra quem pretendiam construir este radar no nosso território! Agora está perfeitamente claro que logo desde o início ele não era destinado contra mísseis da Coréia do Norte ou do Irã. Na realidade, todo este sistema antimíssil foi planejado contra a Rússia. Creio que o senador é um “falcão” de guerra que não leva em conta nem sequer as realidades econômicas do próprio EUA. É sabido que a América agora diminui substancialmente o número dos seus militares.
Alguns dos nossos políticos sempre nos assustam com a Rússia. Creio que tudo isso é artificioso e que não existe nenhum perigo da parte da Rússia. Nós todos somos eslavos e devemos ajudar um ao outro”.
Eis a opinião de Hala, chefe eleito da aldeia Jince, a respeito da situação na Crimeia:
“A maioria da população lá tende para a Rússia. E quando os russofónos foram proibidos de falar a língua materna, eles começaram a buscar, por razões evidentes, uma via de integração no país, onde serão considerados cidadãos com plena igualdade de direitos”.