Kiev advertiu para riscos à segurança de suas usinas nucleares no caso de uma invasão russa
VIENA, 5 Mar (Reuters) - A Rússia acusou a Ucrânia nesta quarta-feira de estar "alucinando", depois que Kiev advertiu para riscos à segurança de suas usinas nucleares no caso de uma invasão russa, durante uma reunião da agência atômica da ONU, segundo diplomatas.
Enviados dos dois vizinhos se envolveram em uma discussão durante uma sessão do conselho de 35 países da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão da Organização das Nações Unidas, disseram diplomatas que participaram das discussões a portas fechadas.
Na disputa mais ampla, a Rússia rejeitou as exigências ocidentais para recuar as forças da região ucraniana da Crimeia para as suas bases em meio a um dia de reuniões diplomáticas de alto escalão em Paris a fim de aliviar as tensões sobre a Ucrânia e evitar qualquer guerra.
Na reunião da AIEA em Viena, que também discutiu o Irã e outras questões, a Ucrânia falou sobre a segurança de suas usinas nucleares, com destaque para as possíveis consequências ambientais se forem envolvidas em um conflito militar.
O enviado da Ucrânia à AIEA, Ihor Prokopchuk, disse que a "proteção física" de seus 15 reatores de energia nuclear "pode estar em perigo", segundo um diplomata que estava na sala.
"Consequências potenciais de uma invasão militar seriam uma ameaça de contaminação de radiação em território da Ucrânia e do território de Estados vizinhos", disse Prokopchuk.
"Além disso, uma quantidade significativa de combustível nuclear usado, que é armazenado no território das usinas nucleares, ofereceria riscos potencialmente altos", disse ele.
O representante da Rússia no conselho, Grigory Berdennikov, reagiu com irritação, dizendo que as observações eram "nada mais que uma provocação" e que a Ucrânia estava realizando uma "calúnia maliciosa".
A Ucrânia está "alucinando sobre fantasmas de perigos do exterior", disse o diplomata, citando o enviado russo. Outro diplomata confirmou a declaração "alucinando".
Nem diplomatas russos, nem ucranianos, estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.