Por causa do agravamento da crise política, ocidentais e russos trocam ameaças de sanções econômicas. Na Ucrânia, manifestações continuam.
Globo News
A crise na Ucrânia fez a tensão entre Rússia e ocidente atingir um nível que não era visto desde a Guerra Fria. A agência de notícias russa Interfax indicou que dois batalhões ucranianos contendo mísseis de defesa foram cercados por forças pró-Rússia.
Em várias regiões da Ucrânia, manifestantes organizam atos favoráveis e contra as novas autoridades.
Na cidade de Donetsk, uma das principais do leste ucraniano, mais de mil foram às ruas em apoio ao governo interino. Testemunhas disseram à agência de notícias Reuters, que a polícia ucraniana retirou os pró-russos que tinham ocupado a sede do governo local.
Enquanto isso, as forças russas que cercam a base do exército ucraniano na cidade de Feodosia, na Crimeia, ganharam o apoio de manifestantes favoráveis a Moscou. Há dias, os soldados não conseguem deixar o local e já têm que enfrentar a escassez de produtos básicos.
Sanções em debate
A ocupação da Crimeia por militares russos fez europeus e americanos ameaçarem adotar sanções econômicas contra Moscou. Em Paris, o ministro das relações exteriores da França, Laurent Fabius, disse que a União Europeia pode impor restrições à concessão de vistos e de bens de autoridades russas, além de rever os laços econômicos com o país.
Parlamentares russos também discutem a imposição de sanções econômicas aos europeus, entre elas o confisco de propriedades e bens de empresas europeias e americanas.
Em Kiev, o primeiro-ministro da ucrânia, Arseni Iatseniuk, alertou para o impacto extremamente negativo que a mobilização de forças russas na Crimeia tem para a economia do país.
A beira do colapso
A Ucrânia está à beira da quebra. As autoridades pedem ajuda financeira externa urgente para evitar um colapso.
A crise na ex-República Soviética começou justamente depois que Moscou ofereceu uma ajuda de US$ 15 bilhões ao governo ucraniano. Em troca disso, o então presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar um acordo de associação com a União Europeia, em novembro do ano passado.
A iniciativa causou uma onda protestos que acabou derrubando Yanukovich, no final do mês passado.