600 mulheres, crianças e idosos foram tirados de área sitiada em Homs.Esforço humanitário ocorre em área controlada por rebeldes na cidade.
Do G1, com Reuters e AFP
Centenas de civis sírios foram retirados neste domingo (9) dos bairros sitiados da cidade de Homs, apesar da violência que prejudicou a primeira operação humanitária em 20 meses nesta região devastada pela guerra. Segundo informou o governo, o número de resgatados chega a 600 pessoas, que foram retiradas de uma área que está sob controle dos rebeldes. As pessoas estavam há mais de um ano enfrentando a fome e a privação de liberdade devido aos bloqueios gerados pela guerra.
Os desalojados, principalmente mulheres, crianças e velhos, foram retirados pela ONU e o Crescente Vermelho sírio no terceiro dia de uma operação durante a qual os comboios de ajuda foram alvejados e ficaram brevemente retidos no centro velho de Homs.
"O último veículo chegou e o total é de 611 pessoas", disse o governador de Homs, Talal al-Barazi, ao canal regional de televisão árabe Al Mayadeen, em um ponto de encontro fora da cidade, acrescentando que mais ajuda foi enviada à área rebelde.
Este esforço humanitário acontece na véspera da segunda rodada de negociações entre o regime e os rebeldes sírios sob a égide da ONU em Genebra, dez dias após uma primeira tentativa que não resultou em medidas concretas para acabar com o conflito, que já deixou mais de 136 mil mortos em quase três anos, segundo uma ONG.
Retiradas seguidas
Após a retirada na sexta-feira de um primeiro grupo de 83 civis, em cumprimento ao acordo concluído entre rebeldes e regime por intermédio da ONU, 420 civis, todos 'mulheres, crianças e idosos', deixaram os bairros da cidade velha de Homs (centro).
Segundo o governador da província de Homs, Talal Barazi, a operação foi dificultada por um morteiro que caiu sobre os bairros sitiados pelo exército desde junho de 2012, e que matou 'cinco homens', segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Além disso, o Crescente Vermelho sírio anunciou a distribuição 'de 250 pacotes de alimentos, 190 kits de higiene e remédios para doenças crônicas', acrescentando que todos os seus funcionários e os da ONU conseguiram deixar Homs sem ferimentos. A organização não apontou nenhuma das partes em conflito como responsável pelo ataque ao comboio humanitário.
Desde sábado, as duas partes em conflito se acusam mutuamente de violar o cessar-fogo de três dias e de atacar os comboios de ajuda humanitária.