Este ano, o Pentágono começará a equipar os navios da Marinha de Guerra dos EUA com canhões de lazer. Os americanos chamam a esse passo "uma revolução no campo militar".
Serguei Duz | Voz da Rússia
No próximo verão, o primeiro exemplar do lazer de combate aparecerá no Golfo Pérsico. Os militares americanos tencionam, com a sua ajuda, lutar contra as lanchas sem piloto e rápidas do adversário. Eles consideram que a arma de lazer mudará radicalmente a abordagem da condução de ações de combate. Se o otimismo dos americanos se justificar, as suas ambições geopolíticas sofrerão um forte impulso. Até agora, os concorrentes estavam atrasados em relação aos EUA no campo técnico-militar. O laser de combate é capaz de tornar esse atraso ainda mais significativo. Mas os peritos olham de forma cética para esta questão.
É impossível “disparar” um lazer para além do horizonte. O seu feixe atingirá apenas o alvo diretamente visível. Além disso, são necessárias potentes fontes de energia para obter um feixe de lazer de grande potência. Mas uma importantíssima insuficiência do laser consiste em que a sua eficácia diminui bruscamente quando as condições meteorológicas são difíceis e quando existe uma forte cortina de fumo. Isto para já não falar de que o feixe de lazer se dispersa quando o estado da atmosfera é ideal.
Estas insuficiências não podem ser superadas ou compensadas, considera o analista militar Viktor Litovkin:
“Trata-se de um trabalho sem perspetivas. Porque até agora não existem acumuladores tão potentes que possam armazenar a energia elétrica necessária para um tiro certeiro a longa distância. Pode-se marcar um alvo com laser, pode-se cegar o adversário com lazer, pode-se alterar a distância com laser. Mas o lazer, enquanto arma, é do campo da ficção científica”.
Os americanos tentam montar armas de laser não só nos navios, mas também nos aviões. É verdade que o peso e as medidas do aparelho são tais que para isso se têm de modificar os aviões civis. Mesmo assim, a potência do lazer é insuficiente e os complexos de combate são demasiadamente caros. Por outras palavras, os americanos não conseguem ir além dos testes. Ivan Konovalov, diretor do Centro de Conjuntura Estratégica, considera:
"Nesta situação, os americanos têm duas vias: portador marítimo ou aéreo. O lazer terrestre é uma torre, um “reservatório gigante”, demasiadamente caro. Isso é um problema sério. Claro que os americanos escondem os números finais. Um tiro de um lazer de combate não pode custar nem vários dólares, nem várias centenas e até vários milhares de dólares. Por enquanto, a arma de laser não é uma arma de campo de combate, mas uma arma de supremacia. Os EUA demonstram que têm à disposição uma arma que está algures no meio entre uma arma convencional e uma nuclear. O seu emprego numa guerra real é tão caro que se torna injustificável. Quando se tornarem mais baratos todos os elementos da tecnologia, então o preço do laser militar será razoável. Parece que o progresso técnico-científico universal levará a isso dentro de dez anos”.
Os peritos consideram que a arma de laser dos EUA é uma espécie de projeto de imagem, que visa demonstrar a própria supremacia técnico-militar segundo o exemplo da tristemente célebre "Guerra das Estrelas" de Ronald Reagan.
Os próprios americanos acabaram de reconhecer que a Iniciativa de Defesa Estratégica não só era desnecessária estrategicamente e dispendiosa economicamente, mas deu início a uma nova escalada da corrida aos armamentos.
Considera-se que a arma a laser no Oriente Médio, mesmo que sob a forma de exemplares experimentais, não aproximará, mas afastará a paz na região. Além disso, do ponto e vista da própria segurança, os americanos perderão mais do que ganharão. Quase de certeza que eles sabem disso melhor do que ninguém.
A vantagem é que o alvo é atingido à velocidade da luz, praticamente neutralizando medidas de defesa. Logo, a eficiência pode compensar os custos elevados.
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