Frota de Su-30MKi terá capacidade nuclear
Área Militar
A força aérea da India aparenta ter iniciado o processo com vista ao desenvolvimento de um extenso programa de modernização dos seus caças Su-30MKi.
A medida poderá à partida parecer algo de normal, dado os caças serem os mais recentes e poderosos do arsenal indiano, mas ainda assim terem que ser modernizados num futuro previsível.
No entanto, os recursos que poderão vir a ser dispendidos na modernização da frota de caças Su-30MKi aparenta dar a impressão de que a India pretende nas próximas décadas continuar a depender desta aeronave como o seu principal vetor de defesa, ainda mais considerando que a China tem em desenvolvimento dois modelos diferentes de caça «Stealth».
A medida está a ser interpretada como uma solução de recurso perante os problemas que se têm vindo a acumular entre russos e indianos, no que respeita ao desenvolvimento conjunto de uma versão adaptada às necessidades indianas do caça russo Sukhoi T-50 [1].
Sabe-se que continuam os problemas e interpretações sobre o que é desenvolvimento conjunto e sobre o que é transferência de tecnologia. Os russos insistem em desenvolver o caça, fornecendo-o posteriormente à India que o poderá mesmo comercializar. Já os indianos estão interessados no desenvolvimento conjunto de novos sistemas, de forma a capacitar as suas industrias a desenvolver os seus próprios projetos.
Novas versões e capacidade nuclear
A Índia também aparenta ter planos para desenvolver o Su-30MKi para transportar o míssil Brahmos, o qual poderá ser equipado com ogiva nuclear.
Não se sabe exatamente quais poderão ser os objetivos dos militares indianos e qual a utilização possível a dar aos caças quando equipados com mísseis nucleares táticos, mas essa possibilidade poderá estar nos projetos futuros dos militares da India.
Pelo menos 40 exemplares do Sukhoi indiano deverão ser modificados para permitir a sua utilização com aquele míssil, permitindo uma atuação coordenada com mísseis lançados de navios e de bases em terra.
Os indianos temem a possibilidade de um conflito em duas frentes contra o Paquistão e o seu tradicional aliado, a China.
Ainda recentemente a India criou mais um corpo de exército equipado para as duras condições de clima na fronteira entre a China e a India, para precaver eventuais recontros. A Índia sofreu uma humilhante derrota em 1962 perante as tropas do exército chinês. As relações entre os dois países, ainda que pautadas pela cordialidade continuam relativamente frias, com os chineses a apoiarem o Paquistão, enquanto que a Índia se tem apoiado na Rússia, nos Estados Unidos e na Europa para desenvolver a sua capacidade militar.
A futura aquisição de caças Rafale para a força aérea da India deverá também dar àquele país uma capacidade aérea acrescida, que poderá ser aproveitada caso o programa de colaboração com a Rússia se atrase ou sofra alterações significativas.
[1] – A designação Sukhoi T-50 é a designação do gabinete de desenvolvimento. Trata-se de uma aeronave que respondeu a uma especificação da força aérea russa a qual recebeu a designação de PAK-FA. Por essa razão o caça da Sukhoi é muitas vezes designado pela referência dada pela força aérea russa. O nome definitivo que a aeronave virá a ter só será conhecido quando o caça for aceite pela força aérea da Rússia, o que até hoje ainda não aconteceu.