A escolha do sueco Gripen NG permitirá o desenvolvimento de um caça nacional de alto desempenho
Roberto Godoy | O Estado de SP
A escolha do sueco Gripen NG permitirá o desenvolvimento de um caça nacional de alto desempenho - um supersônico com a grife BR, criado para atender demandas específicas da aviação militar brasileira. De acordo com o ministro da Defesa, Celso Amorim, essa aeronave poderá ser exportada. É o principal benefício da proposta da Saab, que também levou vantagem na hora de fechar a conta: ganhou o contrato por US$ 4,5 bilhões, á menor fatura das três finalistas, cobrindo o fornecimento de 36 aeronaves, peças, componentes e, claro, a tecnologia de quarta geração pretendida pela Aeronáutica em larga escala. Não é pouco. Com o conhecimento incorporado a partir do programa conjunto, a principal agência aeroespacial do País, a Embraer, designada parceira da Saab, poderá no futuro oferecer um novo produto no mercado militar.
A saga da escolha FX é reveladora. Dos seis concorrentes na primeira seleção, ainda na administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, permanecem em produção apenas três. Na prática, significa que seria necessário, agora, promover um amplo esquema de revitalização dos modelos eventualmente comprados na ocasião.
A meta da Força Aérea é promover a padronização da frota de combate - um modelo básico de aeronave capaz de receber a roupagem adequada a diversas missões. O caça FX deverá ser capaz de substituir gradativamente todos os F-5M e os A-1M, variações modernizadas pela Embraer Defesa e Segurança (EDS) dos antigos F-5E, caças táticos, e AMX, bombardeiros leves de precisão. Os primeiros foram construídos, em média, há três anos, nos Estados Unidos. O segundo tipo, resultado de um empreendimento binacional do Brasil e da Italia, abriu caminho para a linha de jatos comerciais fabricados em São José dos Campos.
Com essa pretensão, a encomenda dos novos caças vai chegar a 124 unidades em lotes sucessivos - o que se negociou agora é apenas o primeiro pacote. Todavia, há algumas dúvidas pendentes, lembrava ontem um oficial da FAB, citando sistemas de armas e grande parte dos eletrônicos de bordo do Gripen que, segundo o piloto, seriam dependentes de fornecedores estrangeiros. A empresa sueca garante ter total independência e suficiência.
O anúncio da escolha não afasta a crise imediata da defesa aérea. Amanhã, a Aeronáutica aposenta formalmente os 12 caças Mirage 2000 que fazem o controle armado sobre Brasília. O último voo dos modelos será à meia-noite do dia 31.
E quando vamos pagar os 80 míseros milhões para homologarmos nossa turbina nacional para podermos ser totalmente independentes na fabricação de nossos aviões. Há 10 anos que se espera isso, com o know-how disponível e pronto!!!! Tem ter mais que ficar pedindo penico para americano, russo, francês ou inglês!E vendermos nossos aviões aonde bem entendermos.
ResponderExcluirFabricar turbinas aeronáuticas é coisa pra gente grande. No mundo todo, contam-se nos dedos das duas mãos as empresas capazes de produzir essas máquinas. Pois em 2013 esse clube pra lá de restrito ganhou mais um sócio, a brasileira Polaris. Fundada em 1999 por engenheiros vindos da Embraer, a companhia localizada em São José dos Campos, no interior de São Paulo, criou a primeira turbina aeronáutica brasileira a ser fabricada em série.