Depois de seguidos adiamentos por causa de restrições orçamentárias, Dilma Rousseff descarta os concorrentes americano e francês e opta pela compra de 36 aeronaves Gripen NG; argumento para a escolha é a transferência total de tecnologia para o País
Tânia Monteiro
Débora Bergamasco | O Estado de SP
Brasília
Após um processo que durou 18 anos, o governo brasileiro anunciou ontem ter escolhido comprar os caças suecos Gripen para equipar a Força Aérea. Foram desclassificados o francês Rafale, da Dassault, e o americano F-18, da Boeing.
O contrato prevê a compra dos 36 aeronaves por US$ 4,5 bilhões, com entrega até 2023.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, afirmou que pretende "pechinchar ao máximo" para reduzir os custos para os cofres públicos.
A presidente Dilma tinha se inclinado há alguns meses a optar pelos caças americanos, mas mudou de ideia e fez sua primeira retaliação monetária aos EUA por causa da espionagem do governo de Barack Obama.
De acordo com fonte graduada do Palácio do Planalto, a decisão pelas aeronaves F-18 E/F estava bastante avançada no meio deste ano e Dilma até poderia anunciar o acordo quando fosse aos EUA em visita de Estado, via que acabou cancelada.
Durante todo o ano de 2014 serão realizadas negociações entre o governo brasileiro e a SAAB, empresa responsável peIo Gripen NG, e as primeiras unidades serão entregues 48 meses depois da assinatura do contrato, o que se espera que ocorra no final de 2018. A Força Aérea diz que tentará antecipar o prazo de entrega. O primeiro desembolso do Brasil para os suecos será após o recebimento da última a aeronave.
Saito comemorou ontem "o fim da novela". O processo para a compra dos caças - chamado de FX - foi iniciado em 1995, durante o governo Fernando Henrique Cardoso e adiado inúmeras vezes por restrições orçamentárias. Em janeiro de 2003, por exemplo, quando Luis lnácio Lula da Silva assumiu o Planalto, ele anunciou que estava congelando a compra para dar prioridade ao combate à fome.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a escolha do Gripen foi feita depois de análises detalhadas dos três projetos pela Força Aérea Brasileira (FAB), levando em conta a performance do sueco, a transferência específica de tecnologia e o custo. Amorim disse que "não há temor" de que os EUA possam brecar o quesito transferência de tecnologia porque o Gripen tem componentes importantes norte-americanos como o motor. "A turbina não é tão sensível como outras partes", disse Amorim, ao explicar que o Brasil mantém também boas relações com os EUA e que aviões da Embraer possuem também peças daquele país.
“Amorim, mesmo reconhecendo que “a tecnologia do Gripen não é só sueca”, destacou ainda que uma das partes mais sensíveis da aeronave, que é “abertura do código- fonte do sistema de armas”, será feita integralmente no Brasil”
Transferência. "Aliviado" e "feliz" com a decisão, Amorim assegurou ainda que "transferência de tecnologia não é só promessa vaga". "Isso será acompanhado efetivamente". Segundo ele, "este aspecto continuará a merecer grande tenção do governo brasileiro".
Assegurou também que "o governo tem bastante segurança que existirá esta transferência de tecnologia, que não pode se basear em promessa, mas em realidade, com cláusulas, vigilância e capacitação do lado brasileiro". O comandante da Aeronáutica, por sua vez, informou que pelo menos 15 empresas participarão do projeto ao lado da SAAB sueca. O fato de existir transferência de tecnologia não significa que todo o avião seja produzido no Brasil, embora o comandante Saito tenha informado que 80% de toda a estrutura será fabricada no Brasil.
"Não há pretensão de fabricar todas as peças no Brasil. O importante é que a tecnologia de aviação seja transferida para que ela possa ser levada para a quinta geração de aeronaves", disse o ministro Amorim. O ministro acrescentou que no caso da quinta geração de aviões "estamos abertas a outras parcerias", de outras empresas e outros países. O Gripen é um avião de quarta geração.
O ministro da Defesa reagiu ainda às críticas de que o Gripen NG é um avião que ainda está na planta e não existe. "O Gripen já existe sim, está voando e tem protótipo conceituai", disse Amorim. O Gripen, nas versões A, BC e D já voa em países como a Suécia, República Tcheca, Hungria, Africa do Sul, Tailândia e Reino Unido. O Gripen NG- New Generation é uma evolução tecnológica das suas últimas versões. Os caças vão substituir os franceses Mirage, cuja vida útil já terminou.
Após um processo que durou 18 anos, o governo brasileiro anunciou ontem ter escolhido comprar os caças suecos Gripen para equipar a Força Aérea. Foram desclassificados o francês Rafale, da Dassault, e o americano F-18, da Boeing.
O contrato prevê a compra dos 36 aeronaves por US$ 4,5 bilhões, com entrega até 2023.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, afirmou que pretende "pechinchar ao máximo" para reduzir os custos para os cofres públicos.
A presidente Dilma tinha se inclinado há alguns meses a optar pelos caças americanos, mas mudou de ideia e fez sua primeira retaliação monetária aos EUA por causa da espionagem do governo de Barack Obama.
De acordo com fonte graduada do Palácio do Planalto, a decisão pelas aeronaves F-18 E/F estava bastante avançada no meio deste ano e Dilma até poderia anunciar o acordo quando fosse aos EUA em visita de Estado, via que acabou cancelada.
Durante todo o ano de 2014 serão realizadas negociações entre o governo brasileiro e a SAAB, empresa responsável peIo Gripen NG, e as primeiras unidades serão entregues 48 meses depois da assinatura do contrato, o que se espera que ocorra no final de 2018. A Força Aérea diz que tentará antecipar o prazo de entrega. O primeiro desembolso do Brasil para os suecos será após o recebimento da última a aeronave.
Saito comemorou ontem "o fim da novela". O processo para a compra dos caças - chamado de FX - foi iniciado em 1995, durante o governo Fernando Henrique Cardoso e adiado inúmeras vezes por restrições orçamentárias. Em janeiro de 2003, por exemplo, quando Luis lnácio Lula da Silva assumiu o Planalto, ele anunciou que estava congelando a compra para dar prioridade ao combate à fome.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a escolha do Gripen foi feita depois de análises detalhadas dos três projetos pela Força Aérea Brasileira (FAB), levando em conta a performance do sueco, a transferência específica de tecnologia e o custo. Amorim disse que "não há temor" de que os EUA possam brecar o quesito transferência de tecnologia porque o Gripen tem componentes importantes norte-americanos como o motor. "A turbina não é tão sensível como outras partes", disse Amorim, ao explicar que o Brasil mantém também boas relações com os EUA e que aviões da Embraer possuem também peças daquele país.
“Amorim, mesmo reconhecendo que “a tecnologia do Gripen não é só sueca”, destacou ainda que uma das partes mais sensíveis da aeronave, que é “abertura do código- fonte do sistema de armas”, será feita integralmente no Brasil”
Transferência. "Aliviado" e "feliz" com a decisão, Amorim assegurou ainda que "transferência de tecnologia não é só promessa vaga". "Isso será acompanhado efetivamente". Segundo ele, "este aspecto continuará a merecer grande tenção do governo brasileiro".
Assegurou também que "o governo tem bastante segurança que existirá esta transferência de tecnologia, que não pode se basear em promessa, mas em realidade, com cláusulas, vigilância e capacitação do lado brasileiro". O comandante da Aeronáutica, por sua vez, informou que pelo menos 15 empresas participarão do projeto ao lado da SAAB sueca. O fato de existir transferência de tecnologia não significa que todo o avião seja produzido no Brasil, embora o comandante Saito tenha informado que 80% de toda a estrutura será fabricada no Brasil.
"Não há pretensão de fabricar todas as peças no Brasil. O importante é que a tecnologia de aviação seja transferida para que ela possa ser levada para a quinta geração de aeronaves", disse o ministro Amorim. O ministro acrescentou que no caso da quinta geração de aviões "estamos abertas a outras parcerias", de outras empresas e outros países. O Gripen é um avião de quarta geração.
O ministro da Defesa reagiu ainda às críticas de que o Gripen NG é um avião que ainda está na planta e não existe. "O Gripen já existe sim, está voando e tem protótipo conceituai", disse Amorim. O Gripen, nas versões A, BC e D já voa em países como a Suécia, República Tcheca, Hungria, Africa do Sul, Tailândia e Reino Unido. O Gripen NG- New Generation é uma evolução tecnológica das suas últimas versões. Os caças vão substituir os franceses Mirage, cuja vida útil já terminou.