A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) aprovou nesta sexta-feira em Haia um plano para a destruição do arsenal sírio.
O anúncio foi feito à AFP por Christian Chartier, um porta-voz da Opaq, a poucas horas do fim do prazo determinado pelo conselho executivo da organização para a elaboração de um calendário visando à destruição das armas químicas.
O conselho executivo da Opaq tinha até esta sexta para determinar os prazos para a destruição de mais de 1.000 toneladas de armas químicas, estabelecida em um pacto entre Estados Unidos e Rússia que evitou uma intervenção militar no país, mergulhado em uma guerra civil desde o início de 2011.
As discussões em Haia foram interrompidas duas vezes, até que um acordo foi alcançado por volta das 20h00 GMT (18h00 de Brasília).
Uma equipe conjunta da ONU e da Opaq está na Síria desde outubro para inspecionar o arsenal químico sírio, assim como as instalações de produção.
A eliminação dos centros declarados de produção de armas químicas foi concluída em outubro, quando todas as armas e produtos químicos envolvidos foram selados, de acordo com o anúncio feito pela Opaq no final de outubro antes do prazo final de 1º de novembro.
Os inspetores trabalham "em uma zona de guerra, em condições extremas no que se refere à segurança", declarou Sigrid Kaag, coordenadora da missão conjunta Opaq-ONU, durante a reunião desta sexta.
Segundo o plano, as armas químicas sírias serão transferidas para fora da Síria "da forma mais segura e quanto antes", indicou a Opaq em um comunicado.
"O plano define um caminho claro e marca objetivos ambiciosos que o governo sírio terá de cumprir", disse o diretor geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, em um comunicado. "O apoio e a ajuda internacional para esta tarefa será crucial", acrescentou.
O plano de russos americanos de desarmamento químico da Síria foi aprovado em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU, o que permitiu evitar uma ofensiva americana que parecia ser iminente, depois de um ataque químico no dia 21 de agosto perto de Damasco que deixou centenas de mortos.
Esse ataque químico foi atribuído, principalmente pelos ocidentais, ao regime de Bashar al-Assad. Damasco, apoiado por Moscou, nega estar envolvido e culpa os rebeldes, que estariam tentando provocar uma reação ocidental.