Por Redação, com Reuters - do Cairo
O general de mais alta patente do Egito saudou uma nova era de cooperação com a Rússia na área de defesa, durante a visita de autoridades russas nesta quinta-feira, numa demonstração dos esforços para reviver os laços com um antigo aliado e enviar uma mensagem aos Estados Unidos, que suspenderam a ajuda militar ao país.
A tensão entre Egito e EUA aumentou desde que o Exército depôs em 3 de julho o presidente islâmico Mohamed Mursi. No mês passado, os Estados Unidos anunciaram que iriam suspender a entrega de ajuda militar e econômica ao Cairo, dependendo do progresso do país em termos de democracia.
Tanto a Rússia como o Egito classificaram como histórica a visita dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores russos ao Cairo, embora as autoridades não tenham dito nada que indicasse a conclusão de grandes acordos, durante uma entrevista conjunta dos ministros à imprensa.
O general Abdel Fattah al-Sisi, chefe do Exército egípcio e ministro da Defesa, disse a seu colega russo, Sergei Shoigu, que a visita indica a continuação de “relações estratégicas históricas via o começo de uma nova era de cooperação construtiva e frutífera no nível militar”, de acordo com a agência de notícias estatal.
Shoigu e Sisi falaram sobre o fortalecimento das relações militares entre os dois países, segundo a agência.
O ministro de Relações Exteriores do Egito, Nabil Fahmy, minimizou a especulação de uma grande virada na política externa egípcia, que há mais de três décadas mantém relações estreitas com os EUA, ao dizer que a Rússia não iria ser “substituta” de ninguém.
O Egito e a União Soviética eram fortes aliados até os anos 1970, quando o governo egípcio se aproximou dos Estados Unidos, que mediaram o acordo de paz do país com Israel, em 1979.