Caças Mirage serão desativados no final deste ano
Depois de 12 dias de operação, a CRUZEX Flight 2013 terminou com números que impressionam e refletem a dimensão do exercício. A operação teve a participação de cerca de 3.000 militares e 92 aeronaves de oito países, um recorde entre as sete edições.
Este ano, a debutante foi a Real Força Aérea Canadense, que levou pela primeira vez duas aeronaves CC-130J Hércules para a Base Aérea de Natal. Quem também estreou no exercício foram os helicópteros de ataque AH-2 Sabre do Esquadrão Poti e o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, que realizou missões de operações especiais.
“A CRUZEX é um exercício que se torna cada vez mais importante no cenário internacional. Sabemos que todo mundo está de olho no que fazemos aqui”, afirmou o Brigadeiro do Ar Mário Luís da Silva Jordão, diretor do exercício.
Aviões de caça, transporte, controle e alarme em voo, reabastecimento e helicópteros movimentaram o espaço aéreo do Rio Grande do Norte e Pernambuco, com mais de 70 aeronaves voando ao mesmo tempo. O consumo de combustível em voo chegou a 3 milhões de litros para as quase 100 decolagens por dia.
Uma das novidades desta edição foi a validação de tiro, ou shot validation. Com o sistema, os pilotos puderam acompanhar cada segundo do voo em uma animação. Era possível conferir o lançamento de mísseis e saber quem acertou quem. “A avaliação não pode se resumir apenas à análise da própria aeronave, pois o piloto dispara e se retira, muitas vezes, sem tempo de ver a reação da outra aeronave”, explicou o Capitão Diego Geraldo, um dos responsáveis pela validação dos disparos.
A CRUZEX Flight 2013 foi o último exercício dos caças F-2000 Mirage do 1º Grupo de Defesa Aérea da FAB. Cinco Mirage participaram do exercício. Além das missões de ataque e interceptação, os caças realizaram reabastecimento em voo com aviões-tanque KC-130 da FAB e KC-767 da Fuerza Aérea Colombiana.
Depois de muitas decolagens, pousos, reabastecimentos, saltos de paraquedistas e combates simulados, a CRUZEX deixa como legado o treinamento para todos os participantes. “Não é exagero dizer que, desde a primeira edição, em 2002, esse exercício modificou a forma como a Força Aérea Brasileira encara a guerra aérea moderna”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito.