ANDRÉ SHALDERS | CORREIO BRAZILIENSE
Mantendo o bom desempenho conquistado em anos anteriores, as instituições Militares de ensino encabeçam o ranking do Enem de 2012 das unidades públicas do Distrito Federal. Após um ano fora da lista, o Colégio Militar de Brasília (CMB), ligado ao Ministério da Defesa, ficou em primeiro lugar entre as escolas públicas, com nota média de 610 pontos nas provas objetivas — considerando as particulares, estaria em 11º (confira o ranking abaixo). O Colégio Militar Dom Pedro II, mantido pelo Corpo de Bombeiros do DF e destinado aos filhos dos integrantes da corporação, está em segundo lugar no ranking das instituições públicas. Em comum, as duas escolas têm a carga horária diferenciada, boa infraestrutura física e o incentivo a projetos extracurriculares, como clubes de xadrez, grupos de estudo, entre outros.
"Até por ser uma instituição Militar, existe um incentivo muito grande para que os alunos tentem se superar, chegar na frente", comenta Sílvio Félix, 15 anos, aluno do 1º ano do ensino médio no Colégio Militar, que resolveu fazer a prova do Enem para ganhar experiência. O estudante Alexandre de Oliveira, também de 15 anos, diz ter visto alunos do terceiro ano organizando grupos de estudo nas semanas que antecederam a prova. "Eles alugavam as cabines na biblioteca e se reuniam para estudar por conta própria", descreve.
A lista das melhores públicas segue com escolas que já vinham apresentando um bom desempenho nas edições anteriores. O terceiro lugar ficou com o Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), do Gama, com média de 543 pontos. A escola havia atingido o segundo lugar entre as públicas no ano passado. Depois de estudar em outras escolas da rede pública, a estudante Vitória Neres Negrini, de 15 anos, sentiu uma grande diferença depois de ter sido transferida para o Centro de Ensino Médio da Asa Norte (Cean), onde cursa o primeiro ano. "É uma boa escola. Não falta material para as aulas, a infraestrutura está bem preservada e os professores se esforçam bastante", conta ela. A escola ficou em sexto lugar entre as públicas, com média de 529 pontos.
Para o doutor em educação e professor do curso de pedagogia da UnB Remi Castioni, a continuidade das iniciativas pode ajudar a explicar o bom resultado. "O Cean, por exemplo, se beneficia da proximidade com a Universidade de Brasília (UnB), que desenvolve alguns projetos na escola. Em geral, são escolas com corpo docente mais qualificado, que está lá há mais tempo e que conseguem manter estratégias de mais longo prazo para motivar os estudantes", diz ele.
A coordenadora de Ensino Médio da Secretaria de Educação do DF, Cristian Ferreira, ressalta que o ranking não é o foco dos trabalhos. "Encaramos esses dados como uma ferramenta de planejamento. Não estamos preocupados com comparações, mas em garantir o aprendizado", diz.