Opera Mundi
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, afirmou nesta quarta-feira (10/09) que o país “está pronto” para assinar a CWC (Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas, na sigla em inglês), segundo a agência de notícias Interfax e a emissora de televisão Al-Mayadeen. Mais cedo, o governo sírio declarou que aceita a proposta russa de entregar suas armas químicas à comunidade internacional.
“Nós apoiamos totalmente a iniciativa da Rússia sobre armas químicas na Síria e estamos prontos para cooperar. Como parte do plano, pretendemos fazer parte da CWC”, teria dito Muallen. Ele acrescentou que a Síria está preparada “cumprir suas obrigações em conformidade com o tratado”, inclusive fornecendo informações sobre as armas químicas.
“Vamos abrir nossos locais de armazenamento e cessar a produção. Estamos prontos para abrir essas instalações para a Rússia, outros países e as Nações Unidas”, afirmou o chanceler, que acrescentou que os sírios têm “intenção de desistir das armas químicas por completo”.
Assinar a CWC faz parte da proposta formal que a Rússia apresentou aos Estados Unidos após o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter dito que os EUA não atacariam se a Síria entregasse suas armas químicas ao controle internacional para que fossem inspecionadas e, posteriormente, destruídas. Muallen já havia dito hoje que o governo do presidente Bashar al Assad aceitava o acordo.
A Síria é um dos únicos sete países que se recusaram a assinar a CWC, juntamente com nações como Coreia do Norte, Egito e Israel. Segundo esse documento internacional, os 195 países que já assinaram - Rússia e EUA possuem a maioria dessas armas - estão obrigados a desmantelar todo seu armamento químico.
O presidente russo Vladimir Putin, cujo país anunciou a destruição de 76% de seu arsenal químico, já havia expressado sua confiança em que a Síria tomaria uma "decisão responsável" a respeito.
Putin lembrou que "é bem conhecido que a Síria dispõe de um determinado arsenal de armas químicas e que os sírios sempre o viram como uma alternativa às armas nucleares de Israel", mas acrescentou esperar que os “parceiros sírios tomem uma decisão responsável. E que não só ponham suas armas químicas sob controle, mas que também aceitem sua posterior destruição e que se somem à Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas".