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A Rússia acusou, neste domingo (22/09), os Estados Unidos de fazerem chantagem com o objetivo de lhe obrigarem a apoiar uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que possibilite uma intervenção militar na Síria.
Em entrevista ao canal de televisão do país, o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que os norte-americanos o ameaçaram de interromper as atividades da OPAQ (Organização para a Proibição das Armas Químicas) em Haia caso Moscou não seja favorável à aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU à luz do artigo 7 da carta da organização, que admite a possibilidade de intervenção militar na Síria.
"Esta abordagem é absolutamente contraproducente e perigosa, porque é inaceitável usar os observadores como moeda de troca", afirmou. O ministro recordou ainda que a missão dos observadores da ONU na Síria é fazer uma avaliação objetiva do que acontece no país.
Lavrov afirmou ainda que a Rússia irá aceitar qualquer decisão do povo sírio, depois de já ter declarado que não é realista esperar que Bashar al-Assad renenuncie, pois "uma parte muito muito significativa da população o apoia".
Para ele, o fim da violência só será possível quando todas as partes forem obrigadas a cessarem simultaneamente os combates e a retirada de armamento pesado for sincronizada com a saída de todos os homens armados que se encontram na Síria por conta de missão da ONU.
O enviado internacional para a Síria, Kofi Annan, chega neste domingo à Rússia para se encontrar hoje com Lavrov e nesta segunda-feira (23) com o presidente russo, Vladimir Putin, a fim de buscar um solução para o conflito que já existe há mais de dois anos.