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O presidente russo Vladimir Putin disse nesta terça-feira (10/09) que a entrega das armas químicas da Síria à comunidade internacional só vai funcionar se os Estados Unidos e seus aliados cancelarem os planos de um ataque contra o governo de Bashar al Assad.
“Certamente, isso tudo é razoável, mas só vai fazer sentido, só vai funcionar se os Estados Unidos e seus aliados nessa questão se comprometerem a renunciar ao uso de força, porque é difícil fazer qualquer país - a Síria ou qualquer outro país no mundo - se desarmar unilateralmente se há uma ação militar contra ele sob consideração”, afirmou Putin, de acordo com o portal de notícias RT.
De acordo com o presidente da Rússia, o desarmamento químico da Síria foi extensamente avaliado por especialistas e políticos de todo o mundo, incluindo ele mesmo e o presidente norte-americano Barack Obama, que “de fato discutiram” essa possibilidade na última semana, durante a cúpula do G20 em São Petersburgo.
Ele também afirmou que cooperará nesta questão tanto com a Síria como com os Estados Unidos e expressou sua confiança de que a proposta é um "bom passo" para uma solução "pacífica da crise".
Os comentários de Putin vêm logo após o governo da Síria ter aceitado entregar suas armas químicas para inspeção internacional para evitar “agressão norte-americana”. Hoje, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha disseram que apresentariam uma resolução sobre o armamento sírio ao Conselho de Segurança da ONU no final do dia. Uma reunião de emergência estava programada para a tarde desta segunda, mas foi adiada sem nova data.
“Se esta é uma proposta séria, temos que agir com conformidade e eu acho que uma resolução do Conselho de Segurança é uma boa ideia”, afirmou o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Solução diplomática"
Os EUA e a França, entretanto, já disseram que não descartam qualquer possível reação ao uso de armas químicas na Síria, segundo a agência de notícias russa Interfax, que informou que esses países preferem uma “solução diplomática”, mas manifestaram vontade de manter outras opções para neutralizar o arsenal sírio.
Segundo o chanceler francês, Laurent Fabius, seu homólogo russo, Serguei Lavrov, “disse que a Rússia vai apresentar um rascunho de declaração para o presidente do Conselho de Segurança, acolhendo a iniciativa e pedindo ao secretário-geral da ONU, ao diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas e a todas as partes interessadas que se esforcem para facilitar a implementação dessa proposta”.
Na noite de ontem, Obama deu entrevistas a seis emissoras de televisão norte-americanas na Casa Branca e disse que um ataque dos EUA à Síria estará “em pausa” se Assad entregar as armas químicas. A votação do Senado sobre uma intervenção militar no país, que estava prevista para esta semana, foi adiada indefinidamente.