Em Beirute
O presidente do Líbano, Michel Suleiman, negou neste sábado que tenham entrado em seu país armas químicas do arsenal sírio e insistiu que o grupo xiita Hezbollah, envolvido na guerra na Síria, também descarta esta possibilidade.
"Não se infiltraram armas químicas sírias no Líbano e não existem provas de sua presença no país", disse em entrevista publicada hoje pelo jornal árabe internacional "Al-Hayat".
Suleiman rejeitou que suas relações com o grupo xiita sejam tensas, mas ressaltou que o Hezbollah conhece sua opinião contrária à participação nos combates na Síria.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assegurou há cinco dias que o regime sírio não entregou a seu grupo parte de seu arsenal químico. "Nunca pedimos a nossos irmãos sírios essas armas e também não faremos isso no futuro", destacou.
A oposição síria acusou o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, de repassar armas químicas a seus aliados regionais, Hezbollah e Irã, uma possibilidade que também foi levantada por Estados Unidos e Israel.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem por unanimidade uma resolução que condena o uso de armas químicas na Síria e adverte o regime de Damasco de que haverá "consequência" se descumprir seus compromissos internacionais.
Sobre o Irã, Suleiman afirmou que esse país "não permitirá a utilização de armas de destruição em massa".
"O presidente (iraniano) Hassan Rohani apoia que o Líbano se mantenha afastado dos eventos regionais e de suas repercussões", declarou.
Perguntado se as relações com Assad estão estremecidas, respondeu que só estão suspensas desde a detenção do ex-ministro de Informação libanês, Michel Samaha, em agosto de 2012 após ser acusado de elaborar um plano para cometer atentados no Líbano.
A guerra na Síria teve uma forte repercussão no Líbano, onde a população está polarizada entre partidários e críticos do regime de Damasco, e já ocorreram enfrentamentos, atentados e sequestros.