Deutsche Welle
Grupos de oposição ao governo sírio mostraram-se desapontados com a decisão do presidente americano, Barack Obama, de delegar ao Congresso dos Estados Unidos a autorização final para uma intervenção militar na Síria. Com a decisão, uma eventual ação americana no país fica suspensa pelo menos até o dia 9 de setembro, quando os parlamentares voltam aos trabalhos em Washington.
"Esperávamos que as coisas fossem acontecer mais rapidamente, que estávamos na iminência de uma ação. Mas acreditamos que o Congresso vai aprovar a intervenção", afirmou Samir Nashar, alto representante da Coalizão Nacional Síria. Para ele, o adiamento da decisão dará ao governo em Damasco mais tempo para preparar seus soldados e sistemas de armas.
Em nota emitida neste domingo (1°/09), a oposição apelou aos parlamentares americanos que aprovem o pedido e ressaltou que a intervenção deve ser acompanhada de mais armas para os rebeldes. "Ditaduras como o Irã e a Coreia do Norte estão observando de perto para ver como o mundo responde ao regime de Bashar al-Assad em relação ao uso de armas químicas contra o povo sírio. Se o mundo democrático falhar em dar uma resposta a tamanha violação de normas internacionais, ditadores em todo o mundo se sentirão encorajados a seguir o exemplo de Assad", afirmou a Coalizão.
Nashar disse ainda que o grupo está confiante no apoio dos países árabes e da Turquia a uma ação militar liderada pelos americanos em território sírio. "Tentaremos levar esses países a participarem da operação militar, que deverá aliviar enormemente o sofrimento dos sírios".
"Recuo americano"
O jornal estatal sírio Al-Thawara estampou na capa da edição deste domingo que a decisão de Obama de obter uma aprovação do Congresso antes de ordenar uma ação militar na Síria mostra "o início de um histórico recuo americano".
O anúncio de Obama no sábado foi recebido com surpresa por observadores, que esperavam ataques de tropas americanas em território sírio para as próximas horas.
Pelo menos cinco navios de guerra dos EUA, equipados com mísseis de cruzeiro, seguiram para o leste do Mediterrâneo e estão posicionados para atacar com precisão alvos do regime sírio.
Ainda segundo avaliação do jornal ligado ao regime Assad, a resistência de Obama em tomar ações militares se baseia em seu "senso de derrota implícita e do sumiço de seus aliados". O diário ressalta que a preocupação do líder americano de que a intervenção limitada se transforme em uma guerra aberta o teria levado a buscar uma aprovação do Congresso.
Dura batalha
O pedido de aprovação do Congresso deve ser a batalha mais dura que Obama enfrentará para reafirmar sua credibilidade no cenário internacional. Ao pedir a autorização dos parlamentares para realizar os ataques contra as tropas de Assad – acusadas por Washington de usar armas químicas contra civis – Obama tenta sair do isolamento que entrou na semana passada, quando ameaçou dar início às ações militares mesmo sem o apoio das Nações Unidas, da opinião pública e do Reino Unido, parceiro importante em tais operações internacionais.
O sinal verde do Congresso para que as tropas americanas iniciem os ataques é ainda uma incógnita. O Partido Democrata de Obama controla o Senado, mas a Câmara dos Representantes está nas mãos dos republicanos. E integrantes dos dois partidos estão longe de um consenso em relação ao tema.
Observadores avaliam que Obama poderá seguir o mesmo caminho do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que na última quinta-feira não conseguiu a aprovação do Parlamento britânico para uma ação militar na Síria.
Ao fazer o anúncio no sábado, Obama defendeu que os Estados Unidos devem tomar ações militares e destacou que ele, como presidente, tem autoridade para ordenar "o início da ação militar sem uma autorização específica do Congresso". Mas ele afirmou que os EUA ganharão mais força com uma aprovação parlamentar da medida.
Contra-ataque
Já o governo da Síria afirmara estar com o "dedo no gatilho" para contra-atacar diante da então iminente ação dos países ocidentais. "As Forças Armadas sírias estão totalmente preparadas, com o dedo no gatilho para enfrentar qualquer desafio ou cenário que eles queiram executar", afirmou o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi.
Damasco ainda chamou o governo da França de "irresponsável" e o acusou de estar tentando enganar os franceses na busca por apoio a uma ação militar a Síria, alegando suposto ataque com armas químicas.
Neste domingo, o ministro francês do Interior, Manuel Valls, reafirmou que o governo em Paris defende ataques às tropas sírias como punição ao uso de gás venenoso contra os civis. Mas afirmou que o país não deverá colocar em curso nenhuma ação antes que o Congresso americano tome qualquer decisão.
Grupos de oposição ao governo sírio mostraram-se desapontados com a decisão do presidente americano, Barack Obama, de delegar ao Congresso dos Estados Unidos a autorização final para uma intervenção militar na Síria. Com a decisão, uma eventual ação americana no país fica suspensa pelo menos até o dia 9 de setembro, quando os parlamentares voltam aos trabalhos em Washington.
"Esperávamos que as coisas fossem acontecer mais rapidamente, que estávamos na iminência de uma ação. Mas acreditamos que o Congresso vai aprovar a intervenção", afirmou Samir Nashar, alto representante da Coalizão Nacional Síria. Para ele, o adiamento da decisão dará ao governo em Damasco mais tempo para preparar seus soldados e sistemas de armas.
Em nota emitida neste domingo (1°/09), a oposição apelou aos parlamentares americanos que aprovem o pedido e ressaltou que a intervenção deve ser acompanhada de mais armas para os rebeldes. "Ditaduras como o Irã e a Coreia do Norte estão observando de perto para ver como o mundo responde ao regime de Bashar al-Assad em relação ao uso de armas químicas contra o povo sírio. Se o mundo democrático falhar em dar uma resposta a tamanha violação de normas internacionais, ditadores em todo o mundo se sentirão encorajados a seguir o exemplo de Assad", afirmou a Coalizão.
Nashar disse ainda que o grupo está confiante no apoio dos países árabes e da Turquia a uma ação militar liderada pelos americanos em território sírio. "Tentaremos levar esses países a participarem da operação militar, que deverá aliviar enormemente o sofrimento dos sírios".
"Recuo americano"
O jornal estatal sírio Al-Thawara estampou na capa da edição deste domingo que a decisão de Obama de obter uma aprovação do Congresso antes de ordenar uma ação militar na Síria mostra "o início de um histórico recuo americano".
O anúncio de Obama no sábado foi recebido com surpresa por observadores, que esperavam ataques de tropas americanas em território sírio para as próximas horas.
Pelo menos cinco navios de guerra dos EUA, equipados com mísseis de cruzeiro, seguiram para o leste do Mediterrâneo e estão posicionados para atacar com precisão alvos do regime sírio.
Ainda segundo avaliação do jornal ligado ao regime Assad, a resistência de Obama em tomar ações militares se baseia em seu "senso de derrota implícita e do sumiço de seus aliados". O diário ressalta que a preocupação do líder americano de que a intervenção limitada se transforme em uma guerra aberta o teria levado a buscar uma aprovação do Congresso.
Dura batalha
O pedido de aprovação do Congresso deve ser a batalha mais dura que Obama enfrentará para reafirmar sua credibilidade no cenário internacional. Ao pedir a autorização dos parlamentares para realizar os ataques contra as tropas de Assad – acusadas por Washington de usar armas químicas contra civis – Obama tenta sair do isolamento que entrou na semana passada, quando ameaçou dar início às ações militares mesmo sem o apoio das Nações Unidas, da opinião pública e do Reino Unido, parceiro importante em tais operações internacionais.
O sinal verde do Congresso para que as tropas americanas iniciem os ataques é ainda uma incógnita. O Partido Democrata de Obama controla o Senado, mas a Câmara dos Representantes está nas mãos dos republicanos. E integrantes dos dois partidos estão longe de um consenso em relação ao tema.
Observadores avaliam que Obama poderá seguir o mesmo caminho do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que na última quinta-feira não conseguiu a aprovação do Parlamento britânico para uma ação militar na Síria.
Ao fazer o anúncio no sábado, Obama defendeu que os Estados Unidos devem tomar ações militares e destacou que ele, como presidente, tem autoridade para ordenar "o início da ação militar sem uma autorização específica do Congresso". Mas ele afirmou que os EUA ganharão mais força com uma aprovação parlamentar da medida.
Contra-ataque
Já o governo da Síria afirmara estar com o "dedo no gatilho" para contra-atacar diante da então iminente ação dos países ocidentais. "As Forças Armadas sírias estão totalmente preparadas, com o dedo no gatilho para enfrentar qualquer desafio ou cenário que eles queiram executar", afirmou o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi.
Damasco ainda chamou o governo da França de "irresponsável" e o acusou de estar tentando enganar os franceses na busca por apoio a uma ação militar a Síria, alegando suposto ataque com armas químicas.
Neste domingo, o ministro francês do Interior, Manuel Valls, reafirmou que o governo em Paris defende ataques às tropas sírias como punição ao uso de gás venenoso contra os civis. Mas afirmou que o país não deverá colocar em curso nenhuma ação antes que o Congresso americano tome qualquer decisão.