A Casa Branca está a cada vez mais isolada em relação ao aumento das críticasda oposição a uma intervenção militar contra Bachar al Assad. Segundo uma sondagem IPSOS-Reuters, realizada na semana passada, 56% dos norte-americanos estão contra, e só 19% apoiam o presidente numa possível intervenção.
Na terça-feira, Obama vai tentar, outra vez, convencer a opinião pública, com mais argumentos.
No sábado, dia 7 do corrente, o presidente norte-amercano, salientou:
“Não estamos a falar de uma intervenção aberta. Não será outro Iraque nem outro Afeganistão. Não vai haver botas norte-americanas em terreno sírio. Toda a ação, que estará limitada no tempo e no alcance, procura dissuadir o governo sírio a não gasear o próprio povo e adiminuir a capacidade de o fazer.”
Também será difícil, para o presidente, convencer os congressistas dos dois partidos, que propõem objeções tão sólidas como a do representante republicano do Texas, Michael McCaul:
“A partir do momento em que se entra, entra-se, A partir do momento em que atacamos, praticamos um ato de guerra. As pequenas guerras começam as grandes guerras. Temos de ter isso presente. E temos de ter muito cuidado. E outra coisa que me preocupa muito, e que ainda não foi mencionada, é: quem vamos nós apoiar nesta guerra? Estamos a apoiar uma fação rebelde, a causa rebelde, que está infiltrada e manipulada por muitas fações da Al Qaida “.
Segundo o jornal “The Washington Póst”, só uma quarta parte dos senadores está decidida a votar pela intervenção, ou seja, 17, contra o resto, ainda indecisos.
Na Câmara dos Representantes, o Sim conta com 25 votos garantidos, enquanto o Não está nos 111, com 299 congressistas ainda indecisos.
Em Agosto de 2012, Obama afirmou que o recurso a armas químicas seria a linha vermelha que Bachar Al Assad não devia pisar, sob risco de uma intervenção militar norte-americana. No entanto, várias fontes indicam que as armas químicas utilizadas estavam nas mãos dos rebelde e não de Bashar.
Luke Coffey, especialista em assuntos do Médio Oriente, constata:
“O que vemos agora é um presidente que se tornou refém de definições que criou como a linha vermelha das armas químicas, e agora está a deparar-se com uma grande falta de apoio no reforço desta linha vermelha”.
Por outras palavras, o presidente já devia ter começado, há muitos meses, a trabalhar para obter o apoio dos congressistas na defesa da chamada linha vermelha que estabeleceu em relação ao conflito da Síria.