O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse em entrevista a uma rede americana de televisão que "não há provas" de que seu governo usou armas químicas.
Em entrevista ao jornalista da PBS Charlie Rose, que será transmitida na segunda-feira pela PBS e pela CBS, Al-Assad sugere que seus aliados retaliariam o Ocidente, em caso de uma ação militar.
Ele não citou países em específico, mas os principais aliados internacionais da Síria são a China, a Rússia, o Irã e o grupo militante Hezbollah, que atua no Líbano.
"Não há evidências de que eu usei armas químicas contra meu próprio povo", disse Al-Assad à PBS.
Ele não confirma e nem nega a informação de que seu governo possui armas químicas, mas disse que caso existam estariam em um "controle centralizado".
Lobby
O secretário americano de Estado, John Kerry, tem feito lobby para tentar aprovar uma ação militar contra Assad durante negociações com a União Europeia e com ministros das Relações Exteriores da Europa.
A Casa Branca admite não ter provas "irrefutáveis", mas afirma que existe um "forte senso comum" de que o regime está por trás do ataque de agosto.
O Congresso americano vai debater nesta segunda-feira a autorização para uma intervenção militar na Síria.
Os parlamentares estão voltando do recesso de verão para discutir a resolução proposta pelo presidente, Barack Obama, que tem escopo limitado.
Tanto o Senado como a Casa dos Representantes - as duas câmaras do Congresso americano - devem votar o assunto na quarta-feira.
Os Estados Unidos acusam as forças de Assad de matar 1.429 pessoas com gás sarin no dia 21 de agosto, nos subúrbios de Damasco.
O governo de Assad culpa os insurgentes pelo ataque. Os rebeldes estão há dois anos tentando derrubar o regime de Assad, em um conflito que já matou mais de 100 mil pessoas, segundo a ONU.