Deutsch Welle
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia decidiram nesta quarta-feira (21/08), numa reunião extraordinária em Bruxelas, pela suspensão das licenças de exportação de armas para o Egito. A medida, que já havia sido tomada por alguns países do bloco, agora será adotada de forma conjunta pelos 28 Estados-membros.
A reunião foi convocada após a morte de centenas de apoiadores da Irmandade Muçulmana devido à repressão das forças de segurança egípcias aos protestos realizados no Cairo. Os manifestantes exigem a reintegração do presidente Mohammed Morsi, que foi retirado do poder pelo Exército em julho.
"Os Estados-membros estão de acordo com a suspensão das licenças de exportação para o Egito de qualquer equipamento militar que possa ser utilizado para a repressão interna", disse a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, no final do Conselho extraordinário de ministros.
De acordo com Ashton, os países do bloco decidiram também rever a assistência ao Egito e entendem que a ajuda aos grupos mais vulneráveis do país e à sociedade civil deve continuar.
Ashton ainda reiterou a advertência dirigida a todas as partes para que acabem com a violência e que ponham fim às provocações e aos discursos de ódio.
"A UE quer que todos os partidos se comprometam com um diálogo real que restabeleça o processo democrático", afirmou.
Novo protesto da Irmandade
A decisão é tomada no mesmo dia em que um tribunal egípcio autorizou a libertação do ditador deposto Hosni Mubarak, que irá para prisão domiciliar. O Ministério Público não vai recorrer da decisão, que deve elevar ainda mais a tensão no país.
O Tribunal de Apelações de Delitos do norte do Cairo considerou que Mubarak deve ser libertado porque superou o prazo máximo para seguir em prisão preventiva, dentro da última causa pela qual não tinha recebido ainda uma ordem de liberdade provisória.
No ano passado, o ex-ditador foi condenado à prisão perpétua pela atuação de seu regime durante a revolta de 2011. Mas o tribunal de apelações aceitou seu recurso em janeiro e ordenou a abertura de um novo julgamento. Mubarak voltou a ser julgado, mas já cumpriu o tempo máximo de prisão preventiva autorizado.
A Irmandade Muçulmana convocou uma nova jornada de protestos para esta quinta-feira, contra a deposição de Morsi.