Diário da Rússia
Os serviços libaneses de segurança apreenderam uma grande remessa de máscaras de gás que poderia ter como destino a oposição síria, segundo informou na sexta-feira, 23, o canal de TV árabe Al Jadeed.
A apreensão foi feita quando os agentes libaneses interceptaram, no sul do vale do Bekaa, uma pick-up que transportava 2.700 máscaras. As autoridades do Líbano supõem que o veículo se dirigia para as posições da oposição síria, atravessando as colinas de Golã, ainda de acordo com aquela rede de televisão.
Na quarta-feira, 21, foram noticiadas informações sobre o uso de armas químicas em grande escala nos arredores de Damasco. O Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia, através de informes oficiais, considera que o ataque com armas químicas teria sido uma provocação planejada com antecedência pela oposição síria, para impressionar os inspetores da Organização das Nações Unidas que se encontram no país.
A diplomacia russa classificou como “trabalho grosseiro” das forças rebeldes sírias, e de provocação planejada, as denúncias de uso armas químicas nos arredores de Damasco por conta do governo daquele país árabe. Segundo o texto, as acusações se baseiam em informações não confirmadas e numa campanha agressiva da mídia regional e ocidental.
A Rússia declarou que dispõe de informações de que o armamento químico foi usado pelos rebeldes. "No início da manhã de 21 de agosto”, diz o informe russo, “aquele bairro foi alvo, a partir das posições ocupadas pelos combatentes da oposição, do lançamento de um míssil de fabricação artesanal, idêntico ao que foi usado pelos terroristas no dia 19 de março em Khan al-Assal [perto de Aleppo], com uma substância química tóxica ainda por determinar."
A diplomacia russa destacou que o uso de gás sarin por civis é perfeitamente possível, e lembrou a ação da seita japonesa Aum Shinrikyo, em março de 1995, no Metrô de Tóquio. Mas pôs em dúvida que a substância utilizada seja esta. "Não sabemos se há ou não gás sarin na Síria. Recordem o que aconteceu com Saddam Hussein. Os americanos também o acusavam de ter sarin e outras substâncias tóxicas, mas não havia nada disso no Iraque.” E o documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros russos conclui: “Provavelmente, o mesmo se passará neste caso."
O uso do gás sarin é contestado, também, por especialistas ocidentais. O belga Jean Pascal Zanders, do Instituto de Segurança da União Europeia, escreveu em seu blog que, pelas imagens divulgadas, o atendimento aos pacientes indica que o sarin não foi utilizado. “Nas fotos se vê que as pessoas que prestam os primeiros socorros às vítimas não usam vestuário de proteção. E sem um vestuário de proteção haveria muitas intoxicações secundárias pelo gás sarin."