A diplomacia russa acusa o Ocidente de estar avaliar o uso de armas químicas na Síria sem provas. Depois de ter pedido aos Estados Unidos para não repetirem o que chama de “aventura do Iraque”, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, de uma forma irônica defendeu que alegado ataque pode não passar de uma manobra de diversão.
Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa, pediu aos jornalistas para que “prestem atenção à informação sobre o ataque químico na região de Gutha, que surge no momento em que os especialistas russos e norte-americanos se preparavam para a reunião de Genebra. Não há dúvida que a histeria à volta deste ataque atrapalha o encontro.”
Reunião essa que serviria para negociar a paz na Síria e está a ser preparada há vários meses.
Entretanto, a Alemanha, que se tem mantido à margem desta luta diplomática, agora diz que não se pode esperar muito mais. O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, defendeu em Berlim que “o uso de armas químicas é um crime contra a humanidade. Se se provar que é verdade, a comunidade internacional tem que agir e a Alemanha vai estar ao lado dessas ações. Estamos em contato com as Nações Unidas e com os nossos aliados.”
Do lado do regime sírio, o Presidente Bashar Al-Assad, voltou a desmentir o uso de tais armas. Em entrevista a um jornal russo, Assad avisou mesmo os Estados Unidos de que uma intervenção militar será “um falhanço, como em todas guerras anteriores que desencadearam, a começar pelo Vietname”.