WASHINGTON, District of Columbia (AFP)
A Casa Branca divulgou nesta sexta-feira o relatório elaborado pela Inteligência americana, que conclui que há "um alto nível de certeza" de que o regime sírio de Bashar al-Assad usou armas químicas em um ataque cometido em 21 de agosto no subúrbio de Damasco.
Seguem abaixo os principais pontos do informe, de quatro páginas:
BALANÇO: O balanço preliminar americano estima em 1.429 o número de mortos no ataque, incluindo 426 crianças. Os dados devem aumentar, "sem dúvida", à medida que o governo obtiver mais informações.
TRÊS DIAS ANTES DO ATAQUE: Os serviços de inteligência dizem ter informações de que "as equipes sírias responsáveis por armas químicas, incluindo os membros que devem estar associados ao Centro de Pesquisa e Estudos Científicos Sírios, estão preparando munições químicas antes do ataque".
De 18 a 21 de agosto, uma equipe síria encarregada de armas químicas esteve no subúrbio de Adra, "perto de uma zona utilizada pelo regime para misturar armas químicas, o que incluiria gás sarin".
Os americanos acumulam provas dos três dias antes do ataque, fornecidas por pessoas, interceptações eletrônicas e imagens por satélite. Essas imagens mostrariam os preparativos, segundo o relatório dos Estados Unidos.
Em 21 de agosto, "um membro do regime sírio se preparava para um ataque com armas químicas na região de Damasco, principalmente, porque usava máscaras de gás".
NO DIA DO ATAQUE: Imagens de satélite mostram que o regime lançou foguetes e fez disparos de artilharia nas primeiras horas de 21 de agosto, em vários bairros da periferia de Damasco controlados pelos rebeldes. Os disparos procedem de zonas controladas pelo regime. Cerca de 90 minutos depois do ataque, às 2h30 (hora local), e nas quatro horas seguintes, as redes sociais são inundadas com mensagens que descrevem o massacre.
Os serviços de inteligência americanos identificam 100 vídeos, filmados em 12 lugares diferentes: "a maioria mostra um grande número de corpos com marcas físicas - embora não seja necessariamente a causa - da exposição a um agente neurotóxico". O relatório destaca que a oposição síria não tem capacidade para falsificar esses vídeos.
COMUNICAÇÕES INTERCEPTADAS: Os serviços de inteligência garantem ter interceptado comunicações entre um alto funcionário, "totalmente informado sobre a ofensiva", e que confirma o uso de armas químicas por parte do regime. Essa autoridades diz estar preocupada com a possibilidade de obtenção de provas pelos inspetores da ONU, que desembarcaram no país em 18 de agosto.
Na tarde do ataque, "temos informações de que o pessoal encarregado de armas químicas recebeu a ordem de cessar as operações".
RESPONSABILIDADE: Funcionários americanos avaliam, com "alto nível de certeza", que o governo sírio cometeu o ataque com armas químicas contra membros da oposição nos subúrbios de Damasco.
Minimizam a possibilidade de a oposição ter efetuado o ataque, alegando que os rebeldes não têm a capacidade de lançar bombardeios tão amplos, ou fabricar os vídeos do ataque, ou dos sintomas físicos confirmados pelos médicos.
O informe indica que Assad é "a pessoa que, em última instância, toma as decisões" sobre o programa de armas químicas na Síria.
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Principais pontos do relatório de inteligência dos EUA sobre ataque sírio
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