ANSA
O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, condenou fortemente o uso de armas químicas na Síria, o qual classificou como "um crime inaceitável que não pode ser tolerado pela comunidade internacional", apontaram fontes do Palácio Chigi, sede do governo italiano.
"O presidente do Conselho, Enrico Letta, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, participaram de uma conferência por telefone hoje sobre a evolução da situação na Síria. Reino Unido e Itália concordam que o uso maciço de armas químicas na Síria já passou o ponto de não retorno", informou um comunicado oficial.
A chanceler italiana, Emma Bonino, por sua vez, informou hoje que Roma não participará de nenhuma intervenção militar fora do âmbito do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda de acordo com Bonino, sem um mandato da ONU -- que para o governo representa "o único marco legal" -- Roma não permitirá nem mesmo o uso de suas bases aéreas.
O CS pode se reunir já amanhã, dia 28, para debater a situação na Síria. Parece improvável, no entanto, que o organismo aprove uma intervenção militar no país, uma vez que a Rússia, país aliado do presidente sírio Bashar al Assad, deve vetar a medida alegando que Damasco tem o direito de combater o "terrorismo", como se referem aos rebeldes, em seu próprio território. De acordo com a chefe da diplomacia italiana, não faltam "razões políticas", no entanto, para aqueles que querem intervir "com uma ação orientada, a fim de limitar as capacidades destrutivas de quem é acusado de um crime".
Até o momento, acrescentou Bonino, as "pistas" sobre o uso de armas químicas no país reforçam a hipótese de que as forças do governo de Assad fizeram uso pesado do gás sarin, "o mais letal", de forma "sistemática e consciente" contra civis, "o que representa um crime de guerra".