Por Redação, com Reuters - de Beirute
O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse nesta quinta-feira que está seguro da vitória contra os rebeldes e fez uma visita simbólica a uma cidade que já foi invadida pelos insurgentes, mas que agora está nas mãos das forças do governo.
A visita à castigada cidade de Daraya, a Sudoeste de Damasco, e o discurso desafiante ilustram a confiança de um presidente que está levando vantagem em um conflito com mais de dois anos de duração, que levou muitos sírios a acreditar que Assad estava prestes a ser derrubado.
- Se não tivéssemos certeza de que íamos vencer na Síria, não teríamos a capacidade de resistir e a capacidade de continuar lutando por mais de dois anos contra o inimigo – disse Assad, segundo a agência de notícias estatal Sana.
Insurgentes tomaram largas porções do território sírio, mas as forças de Assad realizaram uma contraofensiva nas últimas semanas, expulsando-os do entorno da capital Damasco e retomando várias cidades perto da fronteira com o Líbano.
Assad descreveu a revolta contra quatro décadas do governo de sua família como uma conspiração apoiada por estrangeiros e combatida por “terroristas” islâmicos.
Quando os protestos pró-democracia começaram, em março de 2011, uma repressão militar levou a uma insurreição armada.
Os rebeldes usam bombas e morteiros para atingir áreas controladas pelo governo, onde são incapazes de prosseguir com infantaria.
Uma enorme explosão atingiu a cidade de Homs nesta quinta-feira em um bairro habitado principalmente por alauítas a mesma seita de Assad, lançando uma bola de fogo no ar, mostraram um vídeo colocado na Internet e ativistas da oposição.
Moradores da região disseram que a explosão foi um ataque rebelde a um depósito de armas. Um morador disse que o som de múltiplas explosões pôde ser escutado por uma hora enquanto as munições eram detonadas. Eles disseram que o ataque atingiu um salão esportivo no distrito de Wadi al-Dhahab, no sudeste, que fora retomado pelo Exército.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da violência contra Assad, disse que a explosão matou pelo menos 40 soldados e civis e deixou 120 feridos, alguns em situação crítica.
Um rebelde em Homs disse que o ataque foi causado por um míssil terra-terra “Grad”. Ele não disse que grupo rebelde havia disparado o míssil.
A agência inglesa de notícias Reuters não pode verificar de maneira independente relatos da Síria por causa de restrições rígidas de segurança e de reportagem.
Investigadores da ONU dizem que as forças de Assad cometeram crimes de guerra, incluindo assassinato, tortura, violência sexual, ataques indiscriminados e saques, no que parece ser uma política dirigida pelo Estado. Eles dizem que os rebeldes também cometeram crimes de guerra, inclusive execuções, mas em escala menor.