DA REUTERS, EM PESHAWAR (PAQUISTÃO)
Pelo menos nove supostos militantes, incluindo dois estrangeiros, foram mortos na região tribal fora da lei, durante um ataque com drone dos EUA e uma operação militar paquistanesa, disseram as autoridades de segurança no domingo.
O Paquistão tem sofrido uma onda de ataques de militantes desde que o primeiro-ministro Nawaz Sharif assumiu o cargo no mês passado, colocando pressão sobre sua equipe para que aja de forma mais agressiva para conter a insurgência.
Ataques com mísseis de aviões não tripulados dos EUA causaram os maiores danos contra combatentes talibãs, nas regiões montanhosas que se estendem pela fronteira afegã nos últimos anos, às vezes causando pesadas baixas civis.
No terceiro ataque desse tipo, desde que Sharif chegou ao poder, dois supostos militantes em uma motocicleta, foram atingidos por mísseis na região de Mir Ali, no Waziristão do Norte, no sábado à noite, disse uma autoridade.
"Dois homens, provavelmente cidadãos árabes, estavam passando pelo vilarejo de Mosaki quando o drone lançou dois mísseis e os atingiu," disse a autoridade.
Outra fonte de segurança disse que eles eram militantes estrangeiros do Turcomenistão.
É difícil verificar o impacto de ataques de drones nos militantes e nos civis, porque observadores independentes e jornalistas praticamente não têm acesso às áreas onde a maioria dos ataques ocorre.
Ao mesmo tempo em que o governo condena os ataques com drones, dizendo que são uma violação à sua soberania, quer parecer que está decisivo nos seus próprios esforços para combater os militantes em seu território e prometeu preparar uma nova estratégia de segurança para lidar com a insurgência.
Em uma operação separada da força aérea paquistanesa, jatos atacaram vários esconderijos de militantes durante a noite, matando sete insurgentes, disseram autoridades de segurança do alto escalão.
"Essas regiões são conhecidas como redutos dos militantes, de onde eles realizam ataques mortais em Kohat e Peshawar," disse uma autoridade em Kohat à Reuters, sob a condição de anonimato.
Autoridades militares paquistanesas acreditam que as montanhas que ligam as regiões tribais de Orakzai, Khyber e Kurram são alguns dos principais redutos dos militantes ligados ao Talibã, no Paquistão.
Outra alta autoridade militar da cidade fronteiriça do noroeste, Peshawar, confirmou que os ataques aéreos aconteceram "em algum lugar entre Orakzai e Khyber".
"Podíamos ouvir o barulho dos caças e ver as chamas quando as bombas foram lançadas nas montanhas," disse Shafqat Hussain, residente de Kohat, sobre a operação noturna.
Muitos talibãs e seus aliados da al Qaeda fugiram do Afeganistão para as regiões tribais do Paquistão, depois da invasão dos EUA em 2001. Eles recuaram ainda mais para as montanhas depois de uma ofensiva do exército do Paquistão em 2009, lançando ataques de lugares onde as forças terrestres não conseguem alcançá-los.