O mundo já vive uma guerra cibernética e a prática de espionagem na rede – denunciada nos últimas semanas – é algo generalizado entre os governos. O alerta é do secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações, Hamadoun Touré, em coletiva de imprensa na manhã de hoje em Genebra.
Sua entidade tem sido o foco de governos de vários países, entre eles o Brasil, que pressionam para que a polêmica da espionagem por parte dos EUA seja tratada pela UIT, na forma de um acordo internacional.
Touré saiu em defesa de um entendimento entre governos e insiste que chegou a hora de um tratado de paz cibernético. Mas alerta que o desafio não será pequeno.
“Sabemos que todos os países estão fazendo isso”, declarou. “Eu conversava com um embaixador outro dia que me confessou: não sei porque estão todos surpresos diante das histórias de espionagem. Todos fazemos isso.”
Touré, diretor máximo da UIT, admite que seus próprios e-mails estão sendo lidos. “Você acha que meu e-mail é seguro?”, questionou. “Eu seria estúpido se achasse isso.”
“Já existe uma guerra cibernética ocorrendo, lamentavelmente”, constatou. “Mas ainda acho que a melhor forma de vencer é vence-la”, disse. “Não existirá vencedor, assim como na guerra tradicional. Tudo será destruição”, insistiu.
“Governos devem parar de realizar essas ações e apenas uma organização internacional pode trazer a uma mesma mesa governos para debater o assunto”, completou.