Milhões de pessoas foram às ruas contra o presidente Morsi no domingo.
Forças Armadas disseram que prazo é 'última oportunidade'.
France Presse
As Forças Armadas do Egito advertiram nesta segunda-feira (1º) que pretendem agir caso as exigências do povo não sejam atendidas no prazo de 48 horas, depois que milhões de pessoas saíram às ruas no domingo (30) para exigir a renúncia do presidente islamita Mohamed Morsi.
Em um comunicado lido na televisão estatal, as Forças Armadas reiteraram o "pedido para que as exigências do povo sejam atendidas e dão (a todas as partes) 48 horas, como última oportunidade, para assumir a responsabilidade pelas históricas circunstâncias que o país está vivendo".
Pelo menos 16 pessoas morreram nos confrontos entre simpatizantes e adversários do presidente islamita Mohamed Morsi no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
A divulgação do comunicado causou uma explosão de alegria entre os manifestantes que exigem a renúncia do presidente na Praça Tahrir, no Cairo, de acordo com um jornalista da AFP no local.
"Morsi não é mais nosso presidente, Sissi está conosco", gritavam os manifestantes, referindo-se ao general Abdel Fattah al-Sissi, chefe do Exército e ministro da Defesa. Durante a transmissão da leitura da nota, uma imagem do general foi exibida em um telão na praça.
O movimento opositor Tamarod, que liderou as grandes manifestações de domingo exigiu que o chefe de Estado renuncie até a tarde de terça-feira (2) e anunciou que, em caso contrário, iniciará um protesto de "desobediência civil".
"Damos a Mohamed Morsi prazo até terça-feira 2 de julho às 17h (12h de Brasília) para deixar o poder e permitir às instituições estatais preparar uma eleição presidencial antecipada", afirma um comunicado do Tamarod ("rebelião" em árabe).
"Se Morsi não renunciar, na terça-feira às 17h terá início uma campanha de desobediência civil total", completa a nota.
O Tamarod pede ainda às Forças Armadas, à polícia e ao sistema judicial uma "posição clara ao lado da vontade popular representada" pelas gigantescas manifestações de domingo.
O movimento rejeitou o pedido de diálogo feito no domingo pelo presidente Morsi.
"É impossível aceitar medidas insuficientes. A única alternativa é o fim pacífico do poder da Irmandade Muçulmana e de seu representante Mohamed Morsi", afirma o comunicado do Tamarod.
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