FOLHA DE SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em seu primeiro discurso, o novo primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, pediu nesta quarta-feira o fim dos ataques de aviões não tripulados (drones) dos Estados Unidos no país. Os aparelhos são usados por Washington no combate a grupos insurgentes e terroristas, em especial no norte paquistanês.
Sharif foi confirmado no cargo hoje, após seu partido, a Liga Muçulmana, vencer por ampla margem a eleição parlamentar de 11 de maio. Ele foi chefe de governo do país de 1990 a 1993 e de 1997 a 1999, quando foi derrubado por um golpe militar liderado pelo ex-presidente Pervez Musharraf.
Ele criticou os Estados Unidos por manter os ataques a zonas tribais do norte do país, e os considera uma violação da soberania paquistanesa. "Respeitamos a soberania dos demais, eles também deveriam respeitar a nossa e a nossa independência. Esta campanha deve acabar", disse.
Porém, o novo primeiro-ministro deu poucos detalhes de como o Paquistão fará para reduzir o número de ações americanas, embora tenha pedido um esforço de todas as forças políticas para encontrar um modo de terminar com a violência provocada principalmente pelo grupo Taleban e a rede terrorista Al Qaeda.
Washington começou a usar os ataques com drones em 2004, como forma de diminuir o tamanho de grupos rebeldes islâmicos, que estão refugiados no noroeste do país desde 2001, quando começou a guerra ocidental no vizinho Afeganistão.
Segundo autoridades paquistanesas, mais de 2.000 pessoas morreram em cerca de 300 ataques feitos com os aparelhos, a maioria deles combatentes islâmicos. No entanto, o governo local afirma que o programa militar americano tem causado um grande número de vítimas civis.
Em maio, o presidente americano, Barack Obama, anunciou que daria maior transparência no programa encoberto de drones, embora não tenha oferecido detalhes sobre as mudanças que seriam feitas no programa citado, até agora liderado pela CIA (Agência Central de Inteligência, sigla em inglês).
Washington afirma que o programa possui grande eficácia e não deve ser abandonado no momento. Há uma semana, um líder do Taleban na região de Waziristão do Norte, no noroeste paquistanês, foi morto após um ataque de um avião não tripulado.
POSSE
Sharif, 63, foi eleito primeiro-ministro do Paquistão em uma votação na Assembleia Nacional e se tornou o primeiro homem a ocupar o cargo pela terceira vez. Ele recebeu o apoio de 244 dos 317 membros da Câmara baixa do Legislativo.
Seu partido, a Liga Muçulmana (PML-N), venceu por ampla margem as eleições gerais de 11 de maio. Após a votação, o novo chefe de governo agradeceu ao povo do Paquistão pela escolha e afirmou que o país "já sofreu muito com os ditadores" e que o país e a democracia "devem caminhar sempre unidos".
Este é o terceiro mandato de Governo do líder do PML-N após os dois períodos em que foi primeiro-ministro, durante a década de 90. Em ambos casos, foi obrigado a abandonar o cargo antes do fim da legislatura.
Além de comentar sobre os aviões não tripulados, Sharif anunciou alguns integrantes de seu governo e as linhas gerais de suas promessas, como a recuperação do sistema elétrico e a retomada do crescimento econômico.
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Novo premiê do Paquistão pede fim de ataques de drones dos EUA
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