Membros do Exército participavam da Operação Ágata 7 quando o veículo em que estavam tombou na reserva ecológica
Júlia Otero e Letícia Duarte | Zero Hora
Anunciada como "a maior mobilização já realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque e Chuí", a Operação Ágata 7 foi ofuscada ontem pelo acidente que matou dois militares e deixou outros sete feridos durante um deslocamento no sul do Estado. O jipe Marruá do Exército capotou na BR-471, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, próximo ao Taim, por volta das 8h, quando o grupo de nove pessoas retornava em comboio para o Chuí, após atividades em Rio Grande.
Militares na Brigada Guaicurus em Dourados durante a Operação Ágata 7 - Foto: Adriano Moretto/Arquivo |
Morreram o cabo Elton Vinicius Rosa Leote, 22 anos, e o soldado Maicon Santos da Silva, 20 anos, ambos oriundos do 18º Batalhão de Infantaria Motorizado, com sede em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana – mesma procedência dos demais ocupantes do veículo. Até ontem à noite, dois feridos permaneciam internados na Santa Casa de Rio Grande em estado grave – os soldados Marcelo Santos de Figueiredo e Emerson Santos Antunes.
Uma das hipóteses investigadas para o acidente é que o furo de um pneu tenha desgovernado o veículo, que tombou no lado direito da rodovia, no km 517. O comboio incluía dois caminhões e a Marruá, espécie de jipe com cabine estendida. Marcas de frenagem e manchas de óleo da viatura ficaram sobre o asfalto que corta a reserva ecológica.
– Em princípio, pelas informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), o que poderia ter causado o acidente seria o estouro de um pneu, mas ainda vamos apurar as devidas circunstâncias – afirmou no início da tarde de ontem o general Angelo Kawakami Okamura, comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Pelotas, durante visita à Santa Casa.
Na tarde de ontem, dois sargentos e um soldado que sofreram ferimentos foram liberados da Santa Casa. Ao deixarem o hospital, preferiram não comentar o acidente.
– Foi tudo muito rápido – se limitou a dizer um sargento, que se movia com dificuldade e tinha ferimentos visíveis na testa e marcas de sangue atrás da orelha.
Segundo o general Okamura, os corpos deveriam ser liberados de Rio Grande perto da meia-noite, passando por preparativos funerários em Pelotas, com previsão de chegada a Sapucaia do Sul nesta madrugada. Inicialmente, o plano era de que o traslado fosse feito de avião pela Força Aérea Brasileira (FAB), mas a opção final foi pela via terrestre.
Os corpos das duas vítimas, que são residentes de Sapucaia, serão velados a partir do início da manhã na sede do 18º Batalhão, na mesma cidade. O enterro, em horário indefinido, será no Cemitério Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.
Um dos feridos teve traumatismo craniano
Entre os feridos, o caso mais grave até o momento é o de Marcelo Santos de Figueiredo, que sofreu traumatismo craniano e foi transferido no fim da tarde de ontem para o Hospital de Cardiologia da Santa Casa de Rio Grande, de ambulância.
O outro paciente em estado grave, Emerson Santos Antunes, foi para o bloco cirúrgico no início da noite, onde passaria por cirurgia na perna.
Os dois sargentos e um soldado que tiveram alta da Santa Casa ficariam em observação por médicos do Exército, no 6º Grupo de Artilharia de Campanha de Rio Grande.