Correio Braziliense
A explosão terrorista de 14 cilindros de cloro armazenados na estação de tratamento de água da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) deixou cinco contaminados. O atentado aconteceu poucas horas após a prisão de três estrangeiros suspeitos de planejar ataques à capital federal durante a Copa das Confederações. Os investigadores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) localizaram o trio após receberem informações sobre a vinda do grupo para o DF, no último dia 20. O órgão não informou a nacionalidade dos acusados, quantos são e a que organização eles pertencem. Esse foi o cenário ficcional usado pelo Exército Brasileiro, pelo Corpo de Bombeiros e pela Abin para simular uma ação contraterrorista na tarde de ontem em Brasília. O exercício foi feito na estação de tratamento da Caesb, perto do Autódromo Nelson Piquet.
Houve a simulação de uma explosão do conteúdo tóxico a fim de determinar como cada uma das corporações agiria em um incidente semelhante. As vítimas eram soldados maquiados. A operação visou preparar os órgãos de Defesa nacional e de segurança pública do DF para agir em conjunto durante a Copa das Confederações e o Mundial de 2014. Um total de 120 militares e 13 bombeiros atuaram na experiência, com seis veículos das duas corporações, sendo três ambulâncias.
Após a falsa explosão, homens do Exército lotados em Goiânia (GO), especializados em lidar com produtos químicos e radioativos, determinaram a área afetada pelo cloro, composto que, em estado gasoso, provoca irritação nos olhos, na boca e no nariz, além de asfixia. Em seguida, isolaram a área e montaram, em conjunto com os bombeiros, uma estrutura para descontaminar a região. Parte dos envolvidos fizeram uma varredura para garantir que não havia risco de contaminação. Em seguida, socorristas retiraram as vítimas, descontaminaram e as levaram para o hospital. Tanto militares quanto bombeiros usaram roupas especiais, máscaras e tubos de oxigênio.
"A Caesb é uma estrutura estratégica, assim como pontos de telecomunicação, de transporte, de energia e o espaço aéreo. Um ataque a uma estrutura como essa causaria dano à população", afirmou o general Gerson Menandro, chefe do Comando Militar do Planalto. "A Abin fornece informações sobre riscos na área de Defesa para o Exército e na de segurança para o Ministério da Justiça. Temos de tratar o Brasil com se fosse o principal alvo de organizações terroristas para estarmos sempre preparados. Já fazemos esses trabalhos há muitos anos", completou Luiz Salaberry, diretor de Contraterrorismo da Abin.
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