Continua sem dar sinais de esfriar, a situação na península coreana, com a Coreia do Norte a encerrar a região industrial de Kaesong, a avisar as embaixadas estrangeiras para saírem do país. O governo também encerrou ou passou a condicionar o contato na fronteira norte com a China.
Área Militar
O governo chinês, proibiu já as visitas turísticas à cidade fronteiriça de Dandong que se espraia nas margens do rio Yalu ao longo de algumas dezenas de quilômetros. Nessa cidade encontra-se a principal ponte entre os dois países, o que ajudou a transforma-la num ponto turístico.
NK-08 norte-coreano |
Alerta de mísseis
Ao fim da tarde de segunda-feira, dia 9 de Abril, o governo dos Estados Unidos divulgou uma nota avisando que esperava que a qualquer momento a Coreia do Norte fizesse um teste com mísseis balísticos.
Muito se tem falado sobre o teste a realizar pela Coreia do Norte, juntamente com muita especulação. Alguns orgãos de comunicação falaram na possibilidade de a Coreia testar um míssil NK-08, cujo alcance é estimado de 4,000 a 6,000km. No entanto, analistas militares afirmaram já que não é provavel que o sistema NK-08 seja testado, já que há indicios que apontam para a possibilidade de o NK-08 ser apenas um projeto.
O que aparenta estar a ser considerado é o lançamento de mísseis No-Dong-B (ou Musudan). Estes mísseis, aparentemente derivados de um sistema de origem soviética, desenhado para lançamento a partir de submarnos já foram testados no passado.
O que ocorre agora, é que eles poderão vir a ser lançados a partir de plataformas móveis, enquanto que até agora os lançamentos foram efetuados a partir de plataformas fixas em bases de lançamento que se encontram em pontos fixos e conhecidos.
Japão alerta
No caso de um ou dois misseis No-Dong B seram lançados na direção do Mar do Japão, ou na direção do Pacífico, o problema passa a ser do Japão.
Autoridades japonesas mandaram colocar em alerta as forças de defesa anti-míssil e várias baterias de mísseis Patriot foram instalados na região de Tokyo e em algumas cidades do centro e norte do Japão.
No entanto, a principal capacidade de resposta japonesa reside nos seus enormes contra-torpedeiros de defesa aérea, baseados no sistema AEGIS norte-americano, que por sua vez recolhe dados através dos potentes radares Spy-1. Estes navios japoneses estão equipados com sistemas de mísseis anti-missil SM-3, que têm capacidade para interceptar mísseis balísticos.
No caso de a Coreia do Norte lançar um míssil na direção do Japão, as autoridades japonesas já avisaram que farão tudo para intercetar o projétil.
Este tipo de atitude poderá no entanto atrair a cólera do governo comunista da Coreia do Norte, cuja atitude de desafio tem vindo a crescer nos últimos dias.
Ação direta contra Seul pouco provável
O que aparenta não estar neste momento a ser considerado é a possibilidade de uma ação terrestre contra o território da Coreia do Sul por parte da poderosa artilharia do norte.
Os norte-coreanos possuem centenas de bocas de fogo com alçcance para atingir a capital e zonas industriais da capital sul coreana. No entanto, a capacidade que a Coreia do Sul, juntamente com os Estados Unidos possuem para rapidamente debelar essa ameaça, leva a que esta seja considerada como menos provável pelo menos numa primeira fase.
Espera-se que um ataque por parte da Coreia do Norte com artilharia, fosse respondido não apenas com fogo de contra-bateria, mas com ataques com bombas guiadas contra os locais de lançamento.
As bombas inteligentes norte-americanas, têm neste momento capacidade para perseguir os sistemas de artilharia depois de eles dispararem.
Parte destes sistemas foram colocados em cavernas em elevações próximas da fronteira, mas com a capacidade de precisão dos novos sistemas de bombas inteligentes, é possível atingir a entrada das cavernas, tornando as armas ineficazes.
China tenta convencer Coreia do Norte
O governo da China, que se tem deparado com um agravar da situação de tensão, tem apelado à calma e também tem enviado mensagens claras ao governo da Coreia do Norte pedindo calma e comportamento responsável.
Estima-se que a capacidade real da China para influenciar o regime norte-coreano seja neste momento reduzida, principalmente por ter sido a China a permitir a passagem de moções contrárias à Coreia do Norte no Conselho de Segurança da organização.
A situação no país continua confusa e existem indícios de que ocorreram movimentações palacianas dentro da Coreia do Norte. Ainda que seja apenas especulação por parte de jornalistas ocidentais e sul coreanos, há vários proeminentes generais norte-coreanos que deixaram de ser vistos na companhia do presidente. Estes generais da velha guarda que seriam próximos da China estariam entre os que tentaram um golpe militar palaciano, destinado a remover Kim Jong Un do poder.