Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Brasília, 24/04/2013 – O general do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz, 60 anos, que havia passado à reserva em dezembro do ano passado, vai retomar a farda. Após 44 anos de dedicação à Força Terrestre, o que incluiu uma passagem como "Force Commander" da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o general Santos Cruz deverá comandar quase 20 mil militares de 20 países na Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo (Monusco, na sigla em inglês). O país africano, de 70 milhões de habitantes, atravessa situação de guerra civil.
“Trata-se de uma homenagem pelo excelente trabalho que ele desempenhou à frente da Minustah, no Haiti, e um novo sinal de reconhecimento internacional à atuação dos militares brasileiros não só no Haiti, mas nas missões de paz das Nações Unidas como um todo”, disse o ministro da Defesa, Celso Amorim, ao receber a confirmação do convite ao general brasileiro, na manhã desta quarta-feira.
O general Santos Cruz manifestou-se na mesma linha. “A minha escolha é parte do prestígio do Brasil que há tempos vem se projetando no cenário internacional. É a combinação da diplomacia, da experiência militar e da determinação do governo. Isso tudo sintetiza esse convite”, contou.
O convite para assumir a Monusco – atualmente a maior missão de paz da ONU, em efetivos militares – foi confirmado por meio de comunicado das Nações Unidas aos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. De imediato, o general Santos Cruz iniciou o processo de preparo da documentação, num processo que envolverá alguns acertos a serem feitos com o governo brasileiro.
Desafios no Congo
Santos Cruz vinha se preparando há cerca de três semanas, quando as Nações Unidas sinalizaram pela formalização da participação dele na missão internacional. O governo brasileiro, nesse período, também acompanhou o trâmite legal. No final da manhã, o general recebeu o aval para que iniciasse os procedimentos burocráticos, como a reincorporação à ativa e a formalização do desligamento do cargo de assessor da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, cargo que ocupava desde março deste ano.
“No Congo, você tem uma situação complexa de violência, em especial, praticada por grupos rebeldes que habitam o Leste do país. A gente espera a colaboração para o cumprimento do mandato das Nações Unidas e que temos, a partir de agora, obrigação de cumprir”, afirmou.
O mandato será exercido pelo Brasil no período de 12 meses, podendo ser ampliado de acordo com as necessidades da ONU. O general Santos Cruz avaliou que terá um grande desafio pela frente, em que o emprego da força militar nunca pode ser descartado. “É uma missão de paz. Esperamos permitir que a ajuda humanitária à população aconteça. Mas temos lá uma brigada de intervenção, força suficiente para neutralizar e desarmar os rebeldes que atuam no país”, adiantou.
Segundo ele, “a ONU tem uma linha mestra de condução das ações, e o uso da força é feito com critérios”. Atualmente, conforme explicou, as Nações Unidas contam com efetivo de aproximadamente 18 mil homens, com um acréscimo esperado de 2 mil militares. “Na realidade, temos tropas de diversos países. Da Índia, passando pelo Uruguai, são militares de todos os continentes”, explicou o general.
Santos Cruz disse que não há qualquer sinalização para que o governo brasileiro envie militares para compor a missão de paz. “A presença da ONU não somente na África, mas em outros países, em missão de paz é uma situação complexa. Temos que levar em consideração que se trata de uma missão difícil por causa desse tipo de ambiente”, completou.
General brasileiro é convidado a chefiar maior missão de paz da ONU
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