AFP
SEUL, 07 avr 2013 (AFP) - O governo dos Estados Unidos adiou um teste de míssil balístico intercontinental, em uma tentativa de reduzir a tensão com a Coreia do Norte, que instalou dois mísseis na península coreana capazes de atingir o Japão e um território americano no Pacífico, mas que, segundo Londres, não mobilizou tropas.
Washington anunciou o adiamento de um teste do Minuteman 3, míssil balístico intercontinental de ogivas nucleares, que seria disparado na próxima semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.
Segundo uma fonte do governo americano, o secretário da Defesa Chuck Hagel decidiu remarcar o teste até o mês que vem, devido a preocupações de que o lançamento "pudesse ser mal interpretado por alguns como uma intenção de exacerbar a crise atual com a Coreia do Norte".
"Queremos evitar uma má interpretação ou manipulação", disse a fonte, antes de completar, no entanto, que Washington está decidido a testar seus mísseis balísticos intercontinentais "para garantir um arsenal nuclear seguro e eficaz".
Além disso, Seul e Washington anularam uma importante reunião prevista para 16 de abril entre o general Martin Dempsey, comandante do Estado-Maior Conjunto americano, e seu colega sul-coreano, o general Jung Seung-Jo.
A agência Yonhap destacou que o Sul temia uma possível provocação norte-coreana na ausência do comandante das Forças Armadas.
A Coreia do Norte, alegando as sanções da ONU e os exercícios militares americanos e sul-coreanos, fez uma série de ameaças de uma guerra nuclear nas últimas semanas.
O anúncio do Pentágono ocorre depois da informação de que Pyongyang tinha carregado dois mísseis de médio alcance em lançadores móveis e os escondeu em instalações subterrâneas da costa leste.
Os mísseis, tipo Musudan, teriam um alcance de 3.000 km, com o que poderiam atingir qualquer alvo na Coreia do Sul e no Japão, e possivelmente as bases militares americanas situadas no Pacífico norte.
Apesar das ameaças, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, afirmou neste domingo que a Coreia do Norte não deu sinais de deslocamento de tropas.
"Não vimos um reposicionamento de tropas nem um deslocamento de forças terrestres", declarou Hague à BBC.
"Por este motivo é importante permanecer tranquilos, mas também firmes e unidos", completou.
EUA adiam teste de míssil para reduzir tensão com a Coreia do Norte
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