Fernando "Nunão" De Martini - Poder Aéreo
Reportagem publicada pela United Press International (UPI) na última terça-feira, 26 de março, noticiou que o Peru está em conversações com a Espanha e outros fornecedores de aviões de combate, como parte de um plano de baixo custo para substituir envelhecidas aeronaves por jatos Eurofighter Typhoon usados ou caças comparáveis.
O custo é a questão central, segundo a reportagem, que contrasta essa competição peruana baseada em preço com o multibilionário programa brasileiro F-X2, que busca novos caças mas está há dois anos aguardando uma decisão final. A mídia peruana noticiou que o governo do país estaria interessado em substituir seus velhos caças com jatos Eurofighter Typhoon de segunda-mão, ou então adquirir um inventário misturado que poderia incluir caças como o francês Rafale, o Super Hornet da norte-americana Boeing, o Gripen NG da sueca Saab e modelos russos como o MiG-35 e os Sukhoi Su-30/35.
Analistas da indústria afirmaram não ser provável que o Peru compre aeronaves novas devido a restrições orçamentárias. Porém, também disseram que as intenções do Ministério da Defesa peruano são sérias a respeito de modernizar as capacidades de sua Força Aérea, em meio a ameaças de segurança devido a contínuas ações de guerrilha no país. A Força Aérea Peruana perdeu aeronaves e helicópteros na guerra de fronteiras de 1995 com seu vizinho Equador, e o inventário atual do Peru inclui caças Mirage 2000 e MiG-29 que se aproximam do estágio em que podem ser considerados obsoletos ou necessitando de grandes reparos e atualizações custosas. Enquanto isso outro vizinho, o Chile, vem modernizando sua Força Aérea.
A proposta espanhola
Fontes do Governo Peruano não disseram se há uma preferência para qualquer um dos jatos citados acima, embora o cenário mais provável seja uma compra de caças Eurofighter Typhoon usados do modelo “Tranche 1″, provenientes da Força Aérea Espanhola. Segundo a Flight International, o Governo Peruano já fez uma proposta formal para comprar 16 Typhoons da Espanha, a um custo unitário de 61 milhões de dólares.
As aeronaves têm um tempo de serviço acumulado relativamente pequeno, de 600 horas de voo. Ainda segundo a publicação, o Governo Espanhol submeteu ao Peru uma proposta de venda de 18 jatos Eurofighter. Caso as negociações da proposta submetida a pedido do Ministério da Defesa peruano se encaminhem, a intenção é receber as aeronaves em até um ano após a assinatura do contrato.
A modernização dos atuais Mirage 2000 e MiG-29
Enquanto isso, o Peru dá continuidade a uma cara revitalização de seus caças Mirage, mas não se espera que este modelo ou os MiG-29 permaneçam em serviço além de 2025. A Força Aérea Peruana estima que a atualização dos Mirage 2000 e dos MiG-29 necessitará de um investimento de 266 milhões de dólares, segundo o jornal Diario Correo.
Os trabalhos iniciados há seis anos estão em andamento, com ajuda francesa para treinar os pilotos com novas tecnologias, e a finalização está prevista para 2014. Além disso, foram levantados questionamentos sobre a prontidão para o combate dos jatos de ataque peruanos Su-25, de procedência russa. Dezoito aeronaves do tipo estão no inventário, mas apenas quatro estariam operacionais, segundo a Flight International.
Peru quer Typhoons espanhóis usados, mas também conversa com outros países
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