FOLHA DE SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A França executou "importantes bombardeios aéreos" no norte do Mali durante a madrugada de sábado (2) para domingo (3), em áreas próximas da fronteira com a Argélia, anunciou à AFP o Estado-Maior, poucas horas depois de uma visita do presidente francês ao país africano.
O presidente François Hollande desembarcou no último sábado (2) no Mali, para uma visita de um dia, para apoiar as tropas francesas. Hollande foi recebido em Bamako e Timbuktu e destacou que a França "não terminou sua missão" no Mali, onde os grupos terroristas ainda não foram vencidos.
Os bombardeios, no norte de Kidal e na região de Tesalit, tinham como alvos depósitos logísticos e centros de treinamento dos grupos islamitas armados, afirmou o porta-voz do Estado-Maior do exército francês, o coronel Thierry Burkhard.
A intervenção militar francesa começou em 11 de janeiro, quando os islamistas que ocupavam o norte do Mali desde março de 2012 começaram a avançar para o sul. As forças malinesas e francesas retomaram no fim de semana passado, sem oposição, várias localidades do norte que estavam nas mãos dos islamistas, entre elas Gao e Timbuktu.
INSURGÊNCIA
O norte do Mali começou a ser ocupado por radicais islâmicos em abril do ano passado, quando o país africano sofreu um golpe de Estado. A instabilidade política permitiu o avanço dos grupos extremistas e dos tuaregues, fazendo com que o governo central não conseguisse controlar a região.
A ofensiva francesa no país africano começou no dia 11, a pedido do governo local. A França já destacou cerca de 4.500 soldados para a ofensiva, destinada a combater o controle de islamistas, que dura dez meses.
Na quinta (31), o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, disse que apoia o envio de tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) para garantir a paz no Mali. Ele também defendeu o reconhecimento pelo governo local dos tuaregues, que disputam uma região no norte do país.
O francês ainda afirmou que o policiamento da região será de responsabilidade das forças de segurança do Mali, que estão sendo treinadas por soldados europeus em países vizinhos para lidar com a insurgência. No entanto, aprovaria uma força de paz da ONU para manter a ordem no país.