Do UOL, em São Paulo
Pelo menos duas pessoas morreram e várias ficaram feridas em decorrência de uma explosão em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Ancara, capital da Turquia, nesta sexta-feira (1º).
Após a explosão, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, declarou que se trata de um "ataque suicida" e pediu um esforço global no combate a "elementos terroristas".
Algumas agências de notícias informaram, inicialmente, que três pessoas haviam morrido na explosão -- dois guardas, além do autor do ataque. Mas autoridades turcas declararam que, além do suposto terrorista, um funcionário da embaixada morreu no atentado.
Já o ministro turco do Interior, Muammer Guler, afirmou que o autor do atentado era um cidadão turco e pertencia a um grupo de extrema esquerda. Ele acrescentou que uma mulher ficou gravemente ferida no incidente e que dois seguranças estão recebendo tratamento em um hospital.
Segundo a TRT, a televisão estatal turca, o homem tinha cerca de 30 anos e pertencia ao Partido Revolucionário de Libertação Nacional-Frente (DHKP-C, na sigla em turco). Ele usou explosivos de plásticos no ataque.
O DHKP-C é um grupo marxista-leninista que assumiu a responsabilidade por alguns atentados a bomba contra postos de polícia na Turquia. Mas eles não assumiram a responsabilidade pelo ataque de hoje.
A explosão atingiu a parede frontal de um edifício que sedia um clube social de guardas, ao lado da embaixada. Já prédio da embaixada não sofreu danos, segundo a agência Efe.
Após o atentado, os Estados Unidos orientaram cidadãos norte-americanos a não visitarem as missões americanas na Turquia até segunda ordem.
"O Departamento de Estado pede aos cidadãos norte-americanos que moram ou estão viajando na Turquia que fiquem alertas a possíveis atos violentos e que evitem áreas onde ocorreram distúrbios", diz o consulado americano em uma nota.
O atentado ocorreu às 13h locais (9h em Brasília), horário em que a embaixada seria aberta para funcionamento.
A explosão ocorre dois dias depois de um ataque aéreo israelense na Síria. Segundo o governo sírio, a aviação israelense atacou um centro de pesquisa militar.
Série de ataques
A explosão em Ancara também acontece cinco meses depois de o corpo diplomático dos Estados Unidos ser vítima de um ataque no consulado de Benghazi, na Líbia.
Na emboscada, morreu o embaixador no país, Christopher Stevens, e outros dois diplomatas. O governo americano atribuiu a ação à rede terrorista Al Qaeda.
A ação na Líbia provocou críticas no país e foi motivo para investigação no Senado americano sobre o tema. Há duas semanas, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, prestou depoimento em que assumiu a responsabilidade pelo fato.
Após o atentado na Líbia, o Departamento de Estado reforçou a segurança em diversas representações diplomáticas no mundo para evitar novos ataques.
(Com Reuters, Efe e AFP)