EFE
O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, afirmou neste domingo que já foi possível frear o avanço islamita rumo ao sul de Mali, mas que ainda deve ser mantida a ofensiva para que o país africano possa recuperar sua integridade territorial.
Em entrevista concedida à rede "LCI", Fabius disse que se a França não tivesse intervindo, os salafistas, que controlam desde meados de 2012 o norte de Mali, "já teriam chegado até Bamaco", a capital.
Fabius lembrou que quatro aviões "Rafale" da Força Aérea francesa destruíram infraestruturas e depósitos dos terroristas próximos a Gao, e dentro do apoio internacional recebido com relação à ofensiva, agradeceu a Argélia que permitiu "sobrevoar seu espaço aéreo sem limite".
"Trabalhamos com os argelinos e seguimos conversando. Achamos que se as tropas africanas (em alusão ao contingente da Cedeao está sendo desdobrado imediatamente em Mali) se dirigirem ao norte, será necessário que os argelinos fechem suas fronteiras", explicou.
Fabius acrescentou que a França tem a intenção que sua ajuda ao Exército de Mali seja "essencialmente aérea", mas destacou que para que essas incursões tenham êxito devem haver certas conexões no terrestres.
Neste sentido, indicou que já há "centenas de soldados" franceses destacados em Mali, que serão reforçados nos próximos dias, quando também está previsto que cheguem os contingentes do Senegal, Níger, Nigéria "e provavelmente Chade".
Os grupos salafistas que estão sendo enfrentados "estão dotados de armas potentes", uma capacidade que embora não tenha deixado a França surpresa, é maior do que foi calculado no princípio.
O ministro recalcou que não se pode dispor desse tipo de armamento "sem os meios financeiros necessários", e chamou a atenção sobre a origem dos mesmos, que em sua opinião procedem "da droga e da captura de reféns".
A "prova trágica" da força dos salafistas, segundo indicou Fabius, foi a morte de um piloto francês, e insistiu que embora o presidente da França, François Hollande, tinha consciência dos riscos quando autorizou a ajuda militar em Mali, "não tremeu a mão" na hora de tomar essa decisão.
Fabius deixou claro, além disso, que Mali é um país "que pode ser administrado por seus cidadãos", e que a França oferecerá sua ajuda o tempo necessário, "mas não tem a intenção de ficar nesse país para sempre".