FOLHA DE SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O vice-chanceler da Síria, Faisal Maqdad, acusou nesta quinta-feira as potências ocidentais de usar a suspeita de que o regime sírio possa usar armas químicas para justificar uma intervenção militar. O governo local enfrenta grupos rebeldes desde março de 2011.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se reunirá com o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, e o enviado especial da ONU ao país árabe, Lakhdar Brahimi. Os três deverão comentar sobre a crise no país, que deixou mais de 40 mil mortos em 20 meses, segundo ativistas.
Em entrevista ao canal libanês Al Manar, Maqdad voltou a dizer que Damasco não atacará a população com armas químicas. "Nós reiteramos, pela décima, pela centésima vez que, mesmo tendo essas armas, elas não serão usadas contra nossa população. Nós não cometeríamos suicídio".
O representante do regime afirmou que os informes de países ocidentais sobre o uso do armamento são um mero teatro e que teme uma conspiração para uma intervenção militar.
"Nós tememos uma conspiração dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que devem ter entregado esse tipo de armas a terroristas na Síria para nos acusarem mais tarde de termos usado essas armas".
HIPÓTESES
No início da semana, os Estados Unidos levantaram a hipótese de que as armas químicas poderiam ser usadas na Síria, mas sem dar indícios de que isso aconteceria.
Na quarta (5), a emissora americana NBC divulgou um vídeo atribuído a rebeldes que mostrava um míssil sendo preenchido com gás sarin. A informação não pôde ser verificada de forma independente devido às restrições impostas à imprensa em território sírio.
Nesta quinta, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, advertiu Assad sobre o uso dos equipamentos e disse que enviou uma carta ao ditador sírio sobre o tema. "Qualquer pessoa que usar armas químicas deve responder ante à Justiça Internacional".
Síria diz que Ocidente usa armas químicas para justificar intervenção
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