CAROLINA MONTENEGRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SP, DE BEIRUTE
Com o prolongamento do conflito na Síria, há 21 meses, o Líbano aperta o cerco das suas fronteiras marítimas para evitar a entrada ilegal de armas no país. As inspeções dos navios são lideradas pela força naval das Nações Unidas, comandada pelo Brasil.
"Do início deste ano até agora, a quantidade de navios inspecionados cresceu na ordem de 20%. A força tarefa marítima da Unifil [missão de paz da ONU no Líbano] completou seis anos de idade. Só nos dois últimos anos, com o Brasil à frente da missão, fizemos muito mais inspeções que nos quatro anos anteriores", afirmou à Folha o almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith.
Segundo ele, desde 2006, cerca de 2.800 inspeções foram realizadas.
No entanto, grande parte desse total deve-se ao último ano, quando quase mil abordagens de navios ocorreram.
Com a guerra civil na Síria, a Unifil teve seu mandato revisto e assumiu o papel de evitar a entrada de armas ilegais no vizinho Líbano.
"Acredito piamente que as inspeções trazem mais segurança para a região. O navio que porventura queira entrar no porto com material ilegal sabe que vai ser inspecionado. Se for pego vai ficar aqui preso, o navio arrestado, a tripulação vai ser julgada", explica Zamith.
Mais de 50% das embarcações que entram num porto libanês são inspecionadas pelas autoridades libanesas hoje. "Quando esta crise foi instalada, ficamos mais atentos à possibilidade de ocorrer contrabando de armas e o percentual de inspeções cresceu", acrescenta Zamith. O pedido de mais patrulhamento ao governo libanês partiu do comando brasileiro da força naval da Unifil.
Por causa das intensas patrulhas, a fragata brasileira "Liberal" - que compõe a força marítima da Unifil desde maio ao lado de sete outros navios de cinco países - passa 21 dias por mês no mar.
Nunca foram necessários disparos durante as interceptações, mas o navio brasileiro possui um potente sistema de alto-falantes com mensagem em inglês e árabe, para alertar embarcações menores próximas da fragata.
"Nossa atitude é a mesma do Líbano, evitar que haja o transbordamento da crise na Síria para dentro do país", explica Zamith.
Em 2012, dois navios foram apreendidos no Líbano com carregamentos de armas, supostamente destinadas aos opositores do regime sírio.
Em abril, o navio egípcio Lutfalla II foi abordado e um carregamento de 150 toneladas de armas foi encontrado dentro da embarcação. Três dias depois, o cargueiro italiano Grand Sicily foi abordado com ao menos 60 mil cartuchos de munição a bordo.
Em maio, a ONU denunciou que armas estariam sendo contrabandeadas entre o Líbano e a Síria. "Com base nas informações que temos, há razões para acreditar que há um fluxo de armas em ambos os caminhos, do Líbano para a Síria e da Síria para o Líbano", disse Terje Roed-Larsen, representante da ONU para o conflito. Uma resolução do Conselho de Segurança exige o desarmamento do Hizbollah (milícia e partido libanês pró-Síria).
A maior parte do fluxo de contrabando, porém, acontece pela porosa fronteira terrestre entre os dois países.
PRIMEIRA VEZ
Ativa desde outubro de 2006 no Líbano, a força naval da Unifil é a primeira de uma missão de paz da história da ONU.
Força liderada por Brasil barra arma síria
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enquanto levamos tranquilidade lá evitando que armas entrem nesses portos,aqui nas grandes cidades do nosso infeliz pais,encotramos fuzis,granadas estrangeiras ,israelenses,suiças,argentinas na ruas e as forças de seguranças enxugando gelo. mais isto é ploblema do estado né? como e por onde essas armas entram no nosso infeliz pais?
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