Os custos crescentes e os atrasos forçaram nesta quinta-feira o Reino Unido a reverter uma decisão sobre o tipo de caça que vai comprar em um programa de armas multibilionário, em uma embaraçosa reviravolta para o primeiro-ministro, David Cameron, depois de semanas de manchetes ruins.
O Reino Unido vai agora optar pelo jato modelo F35 JSF (Joint Strike Fighter), construído pela empresa norte-americana Lockheed Martin, a escolha original do governo trabalhista anterior e que o gabinete de Cameron já havia descartado como inadequada.
F-35B do Reino Unido |
A nova aeronave decola verticalmente e não necessita que uma catapulta e cabos desaceleradores sejam montados em porta-aviões britânicos. O governo disse que o custo de conversão dobrou para 2 bilhões de libras (US$ 3,2 bilhões) desde as estimativas iniciais de uma revisão militar abrangente em 2010.
O Reino Unido atualmente não tem porta-aviões e está esperando a entrega de dois novos navios.
"A decisão sobre os porta-aviões em 2010 era certa na hora, mas os fatos mudaram e, portanto, também deve mudar a nossa abordagem", disse o secretário de Defesa, Philip Hammond, em comunicado.
"Esse governo não vai perseguir cegamente projetos e ignorar o crescimento dos custos e atrasos", acrescentou.
A Revisão de Segurança e Defesa Estratégica de 2010 pretendia definir o rumo para a defesa até 2015, colocando ordem em um Ministério da Defesa amplamente criticado por agências reguladoras e outros por seus programas de armas caóticos e caros.
No entanto, os críticos chamaram a revisão de apressada e guiada pelos custos, feita por um governo ansioso para cortar gastos públicos para enfrentar um déficit orçamentário recorde.