País reabre processo de compra de caças para operar no Afeganistão; companhia ganhou defesa de Dilma Rousseff junto a Obama
Patrícia Nakamura – Brasil Econômico
Amanhã, a Força Aérea dos Estados Unidos vai apresentar à Embraer e à americana Hawker Beechcraft a versão preliminar das novas regras da licitação para a compra de 20 aviões leves de treinamento e ataque, que serão empregados em missões no Afeganistão.
A licitação anterior, vencida pelos caças Super Tucano A-29 da Embraer, foi suspensa em fevereiro pelo governo americano, que alegou irregularidades na documentação. Na semana passada, segundo a agência Reuters, oficiais da Força Aérea re-conheceram que a investigação nos documentos da Embraer e da Sierra Nevada (sua parceira no certame) não encontrou irregularidades.
Apoio presidencial
A produtora de aviões brasileira conta com apoio declarado da presidente Dilma Rousseff. No sábado, a líder brasileira interrompeu um discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, que falava sobre os avanços de países da América Latina, em especial o Brasil, onde agora existe “uma próspera classe média”, que representa oportunidade para as empresas americanas. “De repente eles estão interessados em comprar iPads, interessados em comprar aviões da Boeing”, comentou. Dilma o interrompeu e disse “ou Embraer”. O episódio foi recebido com palmas e risos da plateia e Obama fugiu do assunto.
A Embraer foi procurada mas não falou sobre a nova licitação, porém, na semana passada, o presidente da companhia, Frederico Curado, confirmou a jornalistas em Washington o interesse em participar de um novo processo. “Esperamos que as mesmas razões que nos levaram a vencer pela primeira vez nos levem a vencer pela segunda”, disse Curado.
Caso saia vencedora desta vez, a Embraer vai produzir a maior parte dos componentes da aeronave no Brasil. A montagem será realizada na unidade da empresa em Jacksonville, na Flórida.
Após eventuais correções e observações no esboço da licitação, a Força Aérea dos EUA emitirá a versão final do documento no dia 30. As primeiras aeronaves serão entregues no Afeganistão cerca de 18 meses após a concessão do contrato - em meados de 2014, com mais de um ano de atraso.