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02 março 2012

EUA esperam que caso da Embraer não afete Boeing

Por Guilherme Serodio | Valor

Do Rio

O subsecretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, afirmou não acreditar que o cancelamento do contrato de compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer pela Força Aérea americana, anunciado na terça-feira, possa interferir na tentativa da Boeing de vender seus caças FX-18 Super Hornet à Força Aérea Brasileira.

"Acredito que sejam duas questões distintas", afirmou o subsecretário, segunda autoridade na hierarquia diplomática americana. "Continuamos acreditando que o FX-18 que oferecemos ao Brasil é a melhor aeronave com o melhor pacote de transferência de tecnologia", complementou Burns.

De acordo com ele, o pacote de transferência de tecnologia oferecido pela companhia americana na disputa "não tem precedentes nas nossas relações [entre o Brasil e os Estados Unidos] e também é o melhor entre os pacotes" oferecidos pelos concorrentes. Na licitação da FAB, o caça da Boeing concorre com o francês Rafale, da Dassault, e com o Gripen, do grupo sueco Saab.

O diplomata acredita que o Brasil está interessado em comprar o melhor avião e não deve ter sua escolha afetada pelo cancelamento da compra dos caças da Embraer. Segundo ele, a qualidade do produto oferecido pela Boeing é atestada pelo fato de que o "FX-18 é a aeronave que os Estados Unidos vão usar nos próximos 20 ou 30 anos".

O subsecretário afirmou também não acreditar que o cancelamento do contrato entre a Embraer e a Força Aérea dos Estados Unidos tenha sido motivado por questões políticas, como o lobby da concorrente americana na licitação dos 20 aviões, a Hawker Beechcraft, ou a pressão, a poucos meses da eleição presidencial, para que os aviões comprados pela Força Aérea sejam fabricados nos Estados Unidos.

"A Embraer é obviamente uma grande companhia e o Super Tucano é um avião muito bom. Os EUA estão agora no meio de alguns procedimentos internos, mas permanecemos interessados [na aeronave brasileira]", afirmou, sem esclarecer quais seriam os problemas com a documentação apresentada pela empresa brasileira alegados pela Força Aérea americana para cancelar o contrato.

Ainda ontem, o subsecretário de Estado dos Estados Unidos teve reuniões no Rio de Janeiro com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. "Nós acreditamos que temos muito a contribuir [para o desenvolvimento do setor de energia no Brasil]", afirmou o diplomata, segundo o qual, os americanos podem aumentar sua presença no setor.

Para Burns, as companhias americanas têm muitas ferramentas disponíveis em termos de experiência tecnológica e de capital para oferecer ao Brasil. "Estamos determinados em sermos apoiadores da maneira que pudermos e em ajudar as companhias americanas", afirmou o diplomata sobre as reuniões, sem especificar que propostas trazia às autoridades brasileiras.

Em viagem de dois dias ao Brasil, o subsecretário se encontra hoje em Brasília com os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e da Educação, Aloizio Mercadante. A visita faz parte dos preparativos da viagem da presidente Dilma a Washington, marcada para abril.

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