Objetivo é desvincular caso Embraer de caças que Brasil comprará
Catarina Alencastro – O Globo
BRASÍLIA. Menos de uma semana após a Força Aérea dos EUA suspender a compra de 20 Super Tucanos da Embraer, a Boeing enviou ao Brasil uma equipe para evitar que o revés contamine a competição para a venda de 36 caças à Força Aérea Brasileira (FAB), numa concorrência com suecos e franceses. Os executivos conversaram com o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e com representantes da Embraer sobre o assunto.
Tanto o presidente da Boeing Aeronaves Militares, Chris Chadwick, como o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, afirmaram que a recente suspensão do contrato da Embraer e a compra dos 36 caças não estão relacionados.
- Os dois assuntos são separados. (O Super Tucano) é um assunto interno do processo de aquisição da Força Aérea Americana - disse Shannon.
- Temos conversado com a Embraer consistentemente. Nossa intenção é ficar a uma certa distância e deixar que a Embraer fale por si. A Embraer concorda com isso - afirmou Chadwick.
A Boeing oferece o caça F-18 à Força Aérea Brasileira, que aguarda sinal verde do Palácio do Planalto para anunciar o modelo escolhido e a data da compra. A suspensão da compra dos Super Tucanos - avaliada em US$ 355 milhões - ocorreu depois de a empresa americana Hawker Beechcraft contestar na Justiça a vitória da brasileira, por supostos problemas na documentação. A Embraer tem feito relatos diários ao Itamaraty, que aguarda os movimentos das autoridades americanas.
- A oferta de transferência de tecnologia é inédita na relação EUA-Brasil - disse Shannon.