Flávia Oliveira – O Globo
É grande a ansiedade internacional pela decisão sobre o fabricante dos 36 caças que o governo comprará para a Força Aérea Brasileira (FAB). O anúncio era esperado para o 1 semestre. Agora, espera-se que saia até o fim do ano. Semana passada, representantes dos governos americano e sueco estiveram com o ministro da Defesa, Celso Amorim. Numa só terça-feira, 6 de março, ele recebeu o embaixador dos EUA, Thomas Shannon, e o presidente do Parlamento da Suécia, Per Westerberg. O americano tratou do F-18 Superhornet (US$ 55 milhões), fabricado pela Boeing. O sueco defendeu o Gripen NG (US$ 50 milhões), da Saab. O ministro aceitou receber autoridades, mas tem recusado encontro com empresas. No início do mês, executivos da Boeing foram a Brasília. Confirmaram ao governo o interesse no contrato com a FAB, para tentar minimizar o mal-estar causado pela suspensão da compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer pela Força Aérea dos EUA. A encomenda, de US$ 355 milhões, foi engavetada por supostos problemas com a documentação da brasileira. Também de olho no contrato com a FAB está a francesa Dassault, fabricante do Rafale ( 54 milhões). O modelo apareceu como favorito, de início, em razão do pacote de ofertas: produção no Brasil de asas, canar, leme vertical e antena do radar; compra de dez Embraer KC-390, no valor total de US$ 1,2 bi; e transferência de todas as linhas de código do Rafale.