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06 março 2012

Boeing teme dano após EUA cancelar compra da Embraer

Empresa americana procura FAB para evitar represálias após Obama cancelar aquisição do brasileiro SuperTucano

IURI DANTAS / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Preocupada com possíveis prejuízos na licitação para compra de caças da Força Aérea Brasileira (FAB), a norte-americana Boeing escalou três de seus executivos para transmitir ao comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, a ideia de que a suspensão da compra pela Força Aérea dos EUA de aviões Super Tucano não tem relação com a qualidade da proposta da Embraer.

Em uma "mesa-redonda" com a imprensa depois da reunião na FAB, o embaixador norteamericano no Brasil, Thomas Shannon, explicou que o governo americano "permanece interessado" nos Super Tucanos. Tanto o diplomata quanto os executivos norte-americanos elogiaram o processo brasileiro de licitação, com adjetivos como "soberbo" e "transparente".

A visita ocorre quatro dias depois que o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota afirmando que a decisão da Força Aérea dos Estados Unidos "não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa".

Alegando problemas de documentação, os militares norte-americanos suspenderam a compra de 20 aeronaves, avaliadas em US$ 355 milhões, na terça-feira passada, em meio a protestos da concorrente Hawker Beechcraft, que previa perda de empregos para o Brasil caso o negócio fosse em frente.

Caças. Parceira da Embraer no projeto FX-2 (para a compra de novos caças), a Boeing informou ainda que conversou com a fabricante brasileira de aviões e ficou decidido que ela não fará lobby pela Embraer nos EUA.

Segundo Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft, a empresa americana já cortou preços de seu avião e aceita construir parte dos caças no Brasil caso vença a licitação. "Os dias de exportação pura ficaram para trás, hoje a questão é relacionamento", afirmou.

Além de Chadwick, participaram do encontro a ex-embaixadora norte-americana no Brasil e atual presidente da Boeing no País, Donna Hrinak, e Chris Raymond, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Estratégias da empresa. Os executivos reiteraram que tanto o governo quanto o Congresso norte-americano já deram aval formal para transferência de tecnologia, mas declinaram de comentar aspectos específicos.

De acordo com Shannon, que não forneceu detalhes, os presidentes Dilma e Obama vão conversar sobre "temas de defesa e segurança" quando se encontrarem em Washington em abril.

Tecnologia. A Boeing também divulgou ontem que assinou um memorando de entendimento para transferência e desenvolvimento de tecnologias aviônicas, que podem beneficiar uma empresa brasileira.

A empresa assinou o documento com a israelense Elbit Systems para desenvolvimento de parte dos F/A-18E/F Super Hornet, que compete na licitação da FAB, e F-15. A Elbit, por sua vez, prometeu investir em sua subsidiária no Brasil, a AEL Sistemas S.A., sediada em Porto Alegre (RS).

O memorando prevê que a AEL desenvolva a tela dos aviões, conhecida como Large Área Display. O visor tem 27,9 cm por 48,2 cm e contém todos os dados relativos ao voo, a missão e os sistemas.

A Boeing espera que o conhecimento obtido com o trabalho seja usado para desenvolvimento de um centro de tecnologia de aviônica avançada. "As atividades propostas para a AEL fazem parte da oferta de participação industrial da Boeing no programa FX-2", informou a empresa em comunicado

distribuído ontem.

Disputa pelo caça vem desde 2007

O projeto FX-2, para renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB) com a compra de 36 caças, foi autorizado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro de 2007. Mas até agora o processo não foi concluído. Estão na disputa três empresas: a francesa Dassault, com o Rafale, a americana Boeing, com o F-18, e a sueca Saab, com o Gripen NG. Há duas semanas, o Estado revelou que a presidente Dilma Rousseff está disposta a anunciar a decisão ainda no primeiro semestre deste ano.

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