Após decisão dos EUA de suspender compra de aviões da Embraer, presidente da companhia vem ao país para evitar constrangimentos na licitação brasileira para compra de caças para a Força Aérea
Ruy Barata Neto – Brasil Econômico
Após decisão dos Estados Unidos de suspender a compra de 20 aviões Super Tucano, fabricados pela Embraer, a companhia americana Boeing, corre para evitar constrangimentos na licitação do governo Dilma Rousseff para a compra de caças a serem usados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Executivos da companhia vieram ontem ao país para demonstrar que todos os compromissos de transferência de tecnologia militar aeronáutica, oferecidos pela Boeing como parte da concorrência, não correm o risco de serem revistos no futuro. "A transferência de tecnologia para a força aérea brasileira é um compromisso sem precedentes do governo e do Congresso americano", afirma o presidente da Boeing Military Aircraft, Chris Chadwick.
A reafirmação do acordo foi necessária pela insegurança demonstrada pelo governo americano em negociações com a Embraer. A Força Aérea Americana, mesmo após anunciar a vitória da companhia brasileira em licitação, decidiu não fechar a compra alegando problemas de documentação, argumento que surpreendeu o governo brasileiro.
Pesou na suspensão da compra, o lobby de caráter protecionista da empresa Hawker-Beechcraft - concorrente da Embraer na licitação-sobre o Congresso americano.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, atribui a revisão da concorrência dos Super Tucanos a uma decisão interna da Força Aérea Americana e que não tem a ver com as pressões advindas do parlamento.
Ainda assim, Shannon afirma que as possíveis disputas no Congresso do país não irão ameaçar os compromissos de transferência de tecnologia para o Brasil no futuro, caso Boeing saia vencedora da licitação- na qual também concorre a empresa francesa Dassaut e a sueca Saab.
O embaixador afirma que os líderes do Congresso já aprovaram acordo de transferência de tecnologia inédita na relação bilateral dos países e em níveis similares aos existentes com os aliados dos Estados Unidos dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). "A oferta da Boeing é bem conhecida pelo Congresso americano", afirma Shannon.
O representante do governo americano quer que as duas licitações sejam tratadas pelos países de maneiras distintas e que o que o Brasil se atenha aos méritos das ofertas feitas pela Boeing.
Chadwick, por sua vez, disse que as melhores ofertas da Boeing na concorrência já foram anunciadas, e disse que irá analisar demandas brasileiras por tecnologias que a companhia resguarda reservas em transferir para outros países.
"Precisamos entender melhor as prioridades do governo brasileiro para ver o que podemos oferecer", diz.
Parceria de longo prazo
Chadwick afirma que o resultado da licitação não afetará os planos futuros de investimentos da empresa no Brasil. Segundo ele, o planejamento de atuação no Brasil assim como qualquer parceria com a Embraer tem uma perspectiva de longo prazo. "Temos toda a intenção de obter apoio da Embraer em qualquer projeto da Boeing a ser desenvolvido no país", afirma Chadwick.
O executivo lembrou a intenção da companhia de repassar para a Embraer a construção de parte dos componentes do Super Hornet, avião fabricando pela Boeing, visando o mercado global.
O embaixador americano, Thomas Shannon, diz que o governo do país ainda não tem qualquer previsão sobre quanto deverá retomar a licitação para a compra dos aviões a serem enviados para treinamento de tropas dos EUA no Afeganistão - concorrência da qual a Embraer participa. "A revisão do processo de aquisição está nas mãos da Força Aérea Americana", diz. "Ainda não há perspectiva para a revisão do processo", finaliza.
kkk só terá acesso se for conveniente ao Congresso Norteamericano.
ResponderExcluirPoxa os caras vem aqui falando em papai noel ou seja a Boeing e o papai noel e o Brasil acredita.
ResponderExcluirVão vender mas não sai nada do chão sem que os Americanos queiram.