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A Argentina denunciará o Reino Unido ao Conselho de Segurança e à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pela “militarização do Atlântico Sul” e buscará o apoio dos vizinhos, entre eles o Brasil, para a “causa regional”. O anúncio foi feito nessa terça-feira (7) pela presidenta Cristina Kirchner, em um ato político na Casa Rosada (palácio presidencial), diante de governistas e da oposição: representantes de todos os partidos políticos, sindicatos, empresários, organizações de direitos humanos, militares e veteranos da Guerra das Malvinas.
Cristina acusou o governo britânico de colocar em risco a paz regional ao enviar um navio de guerra às Ilhas Malvinas. O envio do destróier HMS Dauntless coincide com a chegada do príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, que passará seis semanas no arquipélago fazendo treinamento militar.
O governo britânico assegura que a presença do navio e do príncipe nas Malvinas faz parte da rotina. Piloto de helicóptero da RAF (a Força Aérea Real britânica), William treina técnicas de busca e resgate. O HMS Dauntless é uma arma de guerra a ser testada.
No próximo dia 2 de abril, os dois países comemoram o 30º aniversário da Guerra das Malvinas. A ditadura militar argentina, que estava por cair, achava que podia conquistar a simpatia popular ocupando as ilhas, a 500 quilômetros da costa argentina que, desde 1833, foram anexadas pelo Reino Unido. A primeira-ministra à época, Margareth Thatcher, reagiu. Antes de entregar o poder aos civis, o governo militar da Argentina encomendou uma investigação sobre os erros e acertos ao general Benjamin Rattenbach.
O Relatório Rattenbach, considerado segredo militar, condena os responsáveis pela guerra a penas de prisão perpétua e de morte. Mas os detalhes do documento foram mantidos em segredo até agora, quando a presidenta Cristina Kirchner resolveu torná-los públicos. Segundo ela, os erros cometidos pelos militares não justificam a posição britânica de não querer negociar a posse das Malvinas na ONU.
A polêmica sobre as Malvinas coincide com a crise econômica europeia e a estreia, em Buenos Aires, do filme A Dama de Ferro, sobre a primeira-ministra conservadora Margareth Thatcher. Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro David Cameron (como Thatcher em 1982) está usando as Malvinas para angariar o sentimento nacionalista e desviar a atenção dos eleitores da crise econômica europeia. Antes da ida de William às Malvinas, Cameron acusou a Argentina de “colonialista” porque, segundo ele, o país quer forçar os habitantes das ilhas a serem argentinos – apesar de se considerarem britânicos.
Cristina reagiu nessa terça-feira (7), lembrando que neste século existem apenas 16 casos de colônias cujo destino está sendo discutido pelas Nações Unidas: dez são do Reino Unido, entre eles as Ilhas Malvinas. Mas os britânicos nunca aceitaram sentar-se para negociar. A alegação, nos últimos 30 anos, foi a guerra de 1982. Por isso, a presidenta assinou um decreto tornando pública uma investigação secreta realizada pelo general Benjamin Rattenbach.
“Tenho a sensação de que tanto a presidenta Cristina Kirchner quanto o primeiro-ministro David Cameron estão usando as Malvinas como arma politica, para conseguir apoio do eleitorado em um momento de crise econômica”, disse Juan Bautista Jofre, autor do livro 1982 sobre as Malvinas.
Fonte: Agência Brasil
Argentina denunciará Reino Unido à ONU por "militarização do Atlântico Sul"
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Essas disputas territoriais não aconteceriam se Deus existisse e criasse um planeta ou uma casa para cada pessoa.
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