FOLHA DE SP
DE SÃO PAULO
Com o fim da greve da PM e o início da paralisação da Polícia Civil no Ceará, militares do Exército que estavam atuando nas ruas de Fortaleza foram deslocados para delegacias e para a sede da Polícia Civil para "garantir a continuidade dos serviços e a preservação das instalações".
A informação foi dada pelo Comando da 10ª Região Militar do Exército, que assumiu o controle da segurança pública no Estado após o início da greve.
Em nota, o Exército informou que a operação montada para garantir a segurança no Estado só será desmobilizada após ordem da presidente Dilma Rousseff. Segundo a nota, isso só deve acontecer quando o policiamento e as ações de resgate -- de responsabilidade dos bombeiros, que também pararam -- estiverem normalizadas.
Mais de mil militares das Forças Armadas e cerca de 250 agentes da Força Nacional de Segurança estão no Estado.
GREVE
A greve da Polícia Militar e dos bombeiros gerou pânico na capital cearense. Ontem (3), estabelecimentos comerciais de Fortaleza foram fechados devido ao temor de arrastões, assim como órgãos públicos, como o Tribunal de Justiça do Ceará.
Em Fortaleza, os boatos de arrastões chegam a indicar locais e horários onde ocorrerão os assaltos. O medo se espalhou pelas lojas, quiosques, barracas na praia e restaurantes. Todos fecharam antes do meio-dia, atrapalhando os planos de turistas que visitam a cidade.
A PM e o Corpo de Bombeiros do Ceará devem retornar ao trabalho hoje após a greve que durou seis dias. A Polícia Civil, no entanto, iniciou ontem uma nova paralisação.
Segundo o Sinpoci (Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará), a categoria quer a redução da carga horária de oito para seis horas diárias, reajuste salarial e o pagamento de um subsídio equivalente a cerca de 60% do valor pago aos delegados de polícia do Estado.
Até as 8h40 desta quarta (horário de Brasília), no entanto, o sindicato ainda não tinha um balanço de adesão a paralisação.
A greve da Polícia Civil é a terceira registrada em menos de um ano. O sindicato da categoria já havia promovido greves em julho e em outubro de 2011.
O acordo com o governo que encerrou a greve da PM e dos bombeiros incluiu um reajuste de 56%, deixando o salário em R$ 2.634, e uma redução na jornada de trabalho de 46 para 40 horas semanais, além da implantação de um auxílio-alimentação de R$ 10 por dia (os policiais militares não recebiam nada até então, só os civis).
Também ficou combinado que nenhum dos policiais ou bombeiros que participaram das paralisações serão punidos.